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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O bom e o mau

14km no sábado, de longão, a 5min09/km, com tempo de 1h14. Deu preguiça de ir até a USP e rodei no Ibirapuera mesmo. E a intenção era rodar a 5min30/km, administrando os bpm, mas saí mais leve do que eu esperava e mantive a limitação de 160bpm até os últimos 3km, quando desencanei e soltei a bota. Até esse momento consegui me segurar num o pace médio pra 5min15, mas depois disso baixei para chegar nessa média de 5min09, o que significa que rodei no finalzinho pra baixo de 4min50. Foi cansativo, mas não exaustivo. O que mais atrapalhou mesmo foram as bolhas no pé direito, tá difícil adaptar ao Asics.

Movido pelo treino bom de sábado, parti na segunda para um treino no Ibira com um intervalado meio complexo. Tiro de 2km, sendo o primeiro km em um ritmo bom e o segundo puxando mais; pausa de 1 minuto e então um treino técnico em rampa de pequena inclinação (a rampa atrás do banheiro, que ia até o lago, antes das reformas), subindo forte e descendo trotando; pausa de 2 minutos, descansando bem e repete tudo, 4 vezes. O ritmo, mais uma vez, foi mais forte do que esperava, rodando os 2km em pace médio de 4min50/km, mesmo sentindo uma dorzinha meio profunda no sóleo esquerdo. Com as rampas, e o aquecimento, estimo uns 10km de treino, desta vez com o velho e confortável Nike.

Marquei ergoespirométrico na quarta de manhã e de um VO2 de 53, mais de 10% mais forte do que o último exame. E realmente rodei bem, levinho, dentro do possível com aquela máscara horrorosa. Também marquei 71,5kg, ou seja, 1,5kg a menos em 10 dias de contenção de calorias.

Tudo ia tão bem até o treino dessa quarta à noite... minha nossa senhora, como pode ser tão diferente?? Eu sei que o ergoespirométrico desgasta um pouco, é prova de esforço máximo, mas à noite eu simplesmente não conseguia correr!! Saí pro treino, consistente em 3 voltas de 3km em fartlek e consegui fazer, com muito esforço, a primeira no ritmo planejado. Na segunda fiz num ritmo de tartaruga e resolvi parar. O Gabriel ainda me convenceu a tentar fechar a terceira, mas durei 1km... pernas pesadas, do joelho pra baixo tudo dolorido, dores nas coxas, dores nos quadris, terrível!! Contabilizando 7km sofridos (Asics) e um dos piores treinos de toda a minha vida. Aparentemente minhas pernas não estão acompanhando meus pulmões. Mas, enfim, depois de 5 treinos bons, uma hora ia aparecer o treino ruim na minha frente. Tô acostumado, é a velhice...


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Três de doze

É, voltei. Depressão pós-férias que precisa ser tratada de forma leve com corrida, porque ficar quase um mês sem correr não é mole não. E os três primeiros treinos da volta tiveram 12 km, motivação do título do post. No sábado de dilúvio eu não me animei em ir até a USP para dar uma rodadinha leve, então me mandei pro Ibirapuera. Achei que ia estar bom por causa da chuva e não me enganei: pouca gente, pista livre... e eu era o único da Trilopez por lá, pra tirar o Gabriel do sono. O problema é que pretendia rodar uns 30 minutos a 7min/km, mas o coach resolver correr comigo. E aí é aquela história, você acaba indo no ritmo dele. E mesmo ele segurando pra cacete e contando sobre a bike nova dele e etc, 5min30/km pra quem tava todo fora foi um pouquinho diferente dos 7min/km... hehehe. Mas foi, tranquilo, 12km na boa. E nem deu dor nas pernas no domingo, apesar da expectativa. Asics GT molhadaço

Terça foi um treino que eu usei como base. Aquecemos 1km e depois partimos para 3 voltas no parque, com 3 rampas da Bienal a cada volta, o que resultou em uma volta de 3.8km mais ou menos. O ritmo foi leve, acompanhando o Fred que estava no polimento de Bertioga-Maresias, a Edith, polindo pra Nike-600k, o Gaspa voltando e o Ronaldo sendo seguro por todo mundo pra não disparar... média de 5min20/km. Um pouco puxado, mas aguentei bem. O Asics secou e eu usei de novo.

E hoje, quinta, foram 12k em fartlek. 4 voltas de 3km, 1ª e 3ª com ritmo leve, e 2ª e 4ª baixando pelo menos 30 segundos no pace por km. Achei que seria difícil, tô todo dolorido por causa da musculação de quarta, mas na hora de correr, desenvolveu. Fiz um pouquinho melhor do que o previsto: paces por km/volta de 3k: 5min29, 4min52, 5min26, 4min47. Foi bom, rodei mais rápido do que esperava, embora bem mais lento em comparação com os "bons tempos". O mais importante é que embora estivesse fazendo força, não fiz as voltas rápidas com o coração na boca, foi controlado sem atingir o estímulo máximo. Desta vez de Mizuno.

sábado, 15 de outubro de 2011

O que corredor de montanha faz nas férias??? Sobe montanha...

Este blog, embora se proponha a ser um mero registro pessoal das minhas provas e treinos, também serve como registro de outras coisas que eu queira guardar como interessantes. E resolvi escrever, pra não esquecer, da subida ao Vulcão Láscar durante as minhas férias.

Basicamente esse é o vulcão mais ativo da região do norte do Chile. Se eu não me engano, sua última erupção foi em 2006 e sobre ele paira uma constante fumacinha, indício de que está vivo, respirando. Não é, de longe, o vulcão mais alto da região (5.550m). Mas é bastante acessível para quem não é escalador ou alpinista como eu, já que a subida ao seu topo pode ser feita por uma caminhada.

Em 2009 eu já havia subido outro vulcão, o Toco, com seus 5.600m e considerado um dos mais "fáceis" da região, porque a caminhada até o seu topo é pouco íngreme. De fato, a única dificuldade que enfrentei foi mesmo a natural dificuldade em respirar com a altitude, mas a subida em si durou entre 1 hora e meia e 02 horas, e o ápice da dificuldade foi quando tive que mijar no caminho e... hiperventilei com o esforço de baixar duas camadas de calças...

Achei que o Láscar seria algo parecido. Como no caso do Toco, partiríamos já de uma base bem alta (5.000m no Toco, 4.800 no Láscar). E como eu já tinha tido uma experiência, esperava uma certa tranquilidade.Não foi exatamente isso. A caminhada até o topo é mais dura e íngreme, o terreno é um pouco pior e desta vez o grupo estava um pouco heterogêneo, já que minha irmã também tentou a subida, embora ela não tenha a mesma performance física que nós, todos ultramaratonistas (eu, Cassiano e Ana Míriam), exceto o guia, que embora não seja corredor, obviamente estava muito mais aclimatado que a gente (até porque ele, o Pedro, nasceu na montanha...).
Pausa a 5.200m
Eu fiquei pra trás como "seguro" da minha irmã, enquanto o pessoal seguia na frente. Acabei fazendo um ritmo mais lento do que seria o meu natural e isso me cansou muito. Quando ela desistiu e desceu junto com o guia, a 5.400m, a gente seguiu pro topo porque o caminho já era relativamente fácil e havia uma quase-trilha a nos guiar. Mas eu estava bem cansado. Mais do que a Ana e principalmente o Cassiano, que se beneficia por ser naturalmente mais adaptável à altitude, além de já estar mais aclimatado, com mais tempo em altitude por ter ido a San Pedro de Atacama de moto, enfrentando "pasos" de mais de 4.500m de altitude.

O guia ia se comunicando conosco por rádio, monitorando nossa velocidade e nossas condições. Depois de mais de 3 horas de caminhada e com quase 14h00 no relógio, o vento começava a soprar mais forte e havia mais formações de gelo ainda remanescentes do inverno. Mas quando chegamos a um platozinho menos íngreme, sabíamos que estávamos bem perto e as energias se renovaram. Estive a ponto de desistir no meio do trecho mais íngreme, e só não o fiz porque dava trabalho virar o corpo e voltar a descer... 

Chegamos em uma pedrona que era o nosso indicador de direção. Mas o cheiro cada vez mais forte de enxofre também servia como indicação. Dali tava muito perto. Só não sabia que era tão perto. Uma mera subidinha de 200m e pronto: a cratera do Láscar!!! Um buracão enorme, com umas fumacinhas saindo do nada, lá do fundo!! Um cheiro infernal de inferno, de enxofre. E um vento do cão, embora o dia estivesse absolutamente aberto e ensolarado!!



Pausa pra fotos e filminhos, 15 minutos lá em cima, no máximo, e toca a descer, porque o guia já estava nos chamando. E a descida foi punk. As pernas estavam tremendo, o terreno que era ruim pra subir, era pior pra descer, muita pedra solta conjugada com falta de firmeza nas pernas significaram uns 4 tombos pra mim. Nada de mais, mas escorrega daqui, escorrega dali, fui indo, meio joão-bobo, quase correndo. Quando o carro ficou visível, não tinha mais trilha. Descíamos pelo caminho mais curto, mais íngreme e mais capotável. Não ligaria muito se fosse rolando, mas achava que se ficasse de pé ainda assim seria mais rápido. Cheguei muito mais cansado do que em qualquer maratona que já tivesse feito. Respirava, mas o ar não vinha a 4.800m. Mas mesmo assm vinha mais do que a 5.550m... 


Descendo de volta a San Pedro, em uma viagem de 3 horas, tudo começou a voltar ao normal aos poucos. Mas é impressionante o que a altitude e a consequente falta de pressão atmosférica fazem. Mesmo para nós, em boa forma física, foi bastante penoso. Dor de cabeça constante no vulcão, falta de ar intensa, qualquer movimento diferente causava tontura. Parar cansava, voltar a andar cansava, se baixasse a cabeça, ao levantá-la parecia que alguém estava espremendo o meu crânio. Mas a sensação se conseguir o topo é muito similar à de completar uma maratona. 

Ou seja, no final das contas acho que sim, subir esse vulcão teve muito mais relação com corridas do que imaginava. E fica a observação do título: o que corredor de montanha faz nas férias??? Sobe montanha...

Resumo do mês - setembro/2011

59 km em 06 treinos e 96km em 05 provas (12 na Corrida das Torres, 10 no GP Runners, 11 na Maratona PA de revezamento, 45 nas 24hs da Virada e 18 no Night Run de Ilhabela) = 155km. Mais competi do que treinei...

2 míseras séries de musculação.
E férias...