O ciclo fechou. Foram 6 meses de ciclo feitinho, bonitinho, com algumas falhas no treino, mas encaixando tudo mais ou menos bem no final do ciclo. Mesmo assim, no final do treinamento, perto da prova, quando era para perder peso, estava ganhando de novo, culpa das férias... mas o esses passeios de férias, embora não tenham ajudado no peso, ajudaram a chegar descansado para a prova, além de ter servido para uma aclimatação ao frio que eu não previra necessária.
Sim, porque o frio que fez em Porto Alegre não estava normal. E o frio que fez nos dias antes também. PoA é legal porque geralmente tem um clima bom para a prova, mas nesta tava frio até pra gauchada!! Largar com 2, 3 graus de temperatura não é comum por aqui. E no aquecimento, a dúvida era saber se ia de gorro, boné ou bluff. Ganhou o último e deu certo.
Km 22, sossegado |
Além disso, o fato de ter ganhado peso e desencanado um pouco de tentar algo na prova também ajudou a tirar a pressão que impunha sobre mim mesmo, o que paradoxalmente me fez conseguir esse algo na prova. Saí sem me importar tanto com ritmo, segundo a segundo. O negócio era correr relativamente forte, mas confortável, gerenciando o corpo e o esforço. Na prática isso significou um primeiro quilômetro a 5m11/km e os demais já na casa dos 5min00/km.
A dispersão na largada tava ótima e ajudou. O avenidão Beira-rio é largo e na verdade eu até tentava ficar mais perto de outros corredores pra ver se eles bloqueavam um pouco o leve ventinho gelado. Ali também foi bom por conta do sol, já que ao passar a meia (para 1h46m30, tranquilo) e retornar ao Centro, passamos a enfrentar mais frio por conta da sombra dos prédios. Corria, corria e não esquentava. Se corresse mais, ia ficar cansado e não esquentaria também!
Eu e o José Marcio Pacheco, depois do km 30. |
Por volta do km 08 senti um incômodo no posterior da coxa direita. Não
atrapalhava quase nada para correr, mas me deixou alerta o tempo
inteiro, até porque foi comigo até o final da prova. E o medo de a perna travar e me deixar na mão? Toda hora lembrava de postura, posição do corpo e isso acabou me ajudando a manter a concentração e não correr "mole". Foi bom, especialmente porque o Nike Flyknit Free que eu usei não é um tênis que perdoa passadas molengas.
A partir da metade da prova, vendo que o meu companheiro de Trilopez, Marcelo, não me acompanhou e nem iria fazer ritmo dele, dei uma apertadinha de leve no ritmo. Não foi algo planejado, simplesmente aconteceu naquele momento da prova. Talvez até tenha puxado um pouco pra ver se o frio passava, mas o ritmo passou pra casa de uns 4m55/km. Tudo sem perceber, só vi depois no Strava. Só no finalzinho mesmo, depois do 36 mas especialmente depois de passar o Gasômetro no 39, a coisa deu uma variadinha pra cima, com algumas parciais em 5m10. Mas ali eu também tinha perdido um pouco o controle, já que ventava e a sensação de esforço ficou meio alterada com isso.
3h32m07s foi o tempo oficial. Excelente, nem nos meus melhores sonhos imaginava isso. Podia ser melhor ainda se não tivesse parado para mijar no 17 e voltado para pegar isotônico no 30, num posto pelo qual eu passei direto sem saber porque. Às vezes, na maratona, a gente realmente não sabe o que faz direito. Vai ver, foi por isso que fiz minha marca pessoal. Eu não sabia o que tava fazendo direito e por isso fiz meu recorde. As coisas vêm assim de vez em quando e eu não reclamo!!!
3 comentários:
Parabéns Nishi ler estas relatos só me motiva mais a correr e tentar melhorar,agora o foco é a meia maratona e quem sabe em breve estarei na minha primeira maratona!
Nishi, muito legal! o tempo frio ajudou nos recordes. Eu corri de luva de lã e calça segunda pele por baixo do short e não senti frio! e olhe que sou friorento. Ficou perfeito. Porto Alegre é a prova quando falamos de Brasil.
Abraço,
Sergio Melo (corredor feliz)
Valeu, Sérgio, valeu, Fábio!!!!
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