Por que? Não sei. Afinal, a SP City é uma prova que eu geralmente não escolheria para tentar me preparar para correr, pelo calendário e também pela altimetria pesada, que atrapalha a tentativa de bons tempos. Talvez porque depois das dificuldades que enfrentei para me preparar para Montevideu, meio que desisti de tentar melhorar marca neste ano de 2019, porque percebi que está sendo complicado conciliar trabalho e criança em casa. Além disso, já ter conseguido baixar tempo em uma distância neste ano me deu uma sensação de "dever cumprido" para este ano.
Então, já que a SP City não iria de alguma forma atrapalhar a preparação para outras provas e eu nem teria mesmo a expectativa de baixar tempo, resolvi corrê-la inteira. Lembro que em 2017 eu fiz 33km durante a prova, então até dá pra dizer que conhecia boa parte da prova, até mesmo porque os km que não fiz ocorrem em um trajeto que eu estou careca de conhecer, na USP e na Av. Politécnica. Mas uma coisa é conhecer (ainda que muito bem) o trajeto, outra é correr a prova inteira.
Neste ano a SP City ainda me reservou uma agradável surpresa, tendo sido convidado a mediar um bate-papo durante a Expo com dois grandes nomes da prova, o então bicampeão Laurindo Nunes Neto e a campeã Conceição de Oliveira. O Laurindo eu não conhecia, e foi bem legal conhecer um corredor jovem, promissor, já com bons resultados na carreira e vindo do sul, que geralmente revela grandes atletas de fundo pro Brasil. E a Conceição é aquele exemplo de vida, corredora sensacional que já era corredora de elite quando eu comecei, e ainda continua se mantendo competitiva mesmo tendo a minha idade, além de ser um excelente papo!
Para a prova em si, a intenção era a de simplesmente utilizá-la como um treino para ganhar volume. Um volume que tava difícil de fazer durante a semana, mas que tava saindo aos trancos e barrancos e com baixa intensidade nos finais de semana. Nenhuma intenção de correr perto do limite ou sequer chegar perto disso. Ao contrário, em princípio, quanto maior o tempo de atividade, melhor seria para mim.
E foi isso o que aconteceu. Larguei bem devagar e até a 23 de maio os bpms foram mantidos na casa de 125 a 130. Durante a subida da 23 encontrei o Ricardo, que era da Nova Equipe e fomos conversando até mais ou menos o túnel do Rio Pinheiros, onde ele parou para um pit stop. O meu ritmo possivelmente até caiu um pouquinho, em prol da resenha. Depois do túnel, bem no local onde a pista divide para a chegada da meia e a continuação da maratona, encontrei outro amigo corredor de bom papo (na verdade, acabei esquecendo o nome dele) e fomos até o retorno da Politécnica conversando sobre corrida, onde mais uma vez perdi o colega para o banheiro. A partir daí, km 34 mais ou menos, voltei a seguir meio que sozinho, mantendo um ritmo muito tranquilo, mas percebendo os efeitos do cansaço, já que o pace era o mesmo do começo de prova, mas os bpms já começavam a subir acima de 150.
Final de prova é sempre aquela festa, encontrei vários outros amigos já bem próximo à chegada, na avenida do Jockey, peguei uma cervejinha no km 41 e terminei a prova sprintando só pra me sentir vivo, apesar do lentíssimo tempo de 4h37. Apesar de lento, posso brincar e dizer que foi a minha melhor maratona sem treino, já que tinha feito 4h46 em Paris/09 e 4h41 em SP/11. Mais ainda, posso dizer que é minha melhor maratona "em casa", já que além dos 4h41/11 eu tinha um 4h46/09, quando fiz a Maratona de SP como treino para Urubici.
Ou seja, fiz tempo nessa porra!!! U-huuuuuu!!
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