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domingo, 4 de setembro de 2011

Corrida das Torres - 2011

Em 2008 eu fiz a Corrida das Torres e tenho boas lembranças dessa corrida, que foi uma das primeiras provas fora do asfalto que fiz. Foi meio que uma prova de fogo, porque ou eu amava aquilo, ou eu odiava. Tava um dia bem chuvoso e as trilhas e lamaçais estava beeem dificeis. Mas foi muito bacana até porque conheci dois caras que me influenciam e me inspiram até hoje, o Alexei e o Éber. 

Duas feras: o Alexei é um mestre no aikidô, pratica montanhismo e corre megaultramaratonas, algumas que nem são competições, sendo diabético do tipo 1. Mostra que a vontade e o bom planejamento vencem muito facilmente alguns limites impostos por uma busca por um improfìcuo conforto. O Éber, por sua vez, é um monstro correndo. O cara é responsável direto por eu estar correndo ultramaratonas hoje. Numa época em que entrava no Orkut para discutir minhas fraturas por stress e tentar novamente fazer singelos 10km, o cara me dizia que dava para fazer ultras, sim!! Ele já foi 5º colocado na BR-135, mas teria sido 4º, se fosse antiético, porque sem perceber cortou caminho no final. No entanto, quando cruzou a linha de chegada em 4º, estranhou a situação, porque sabia que não havia ultrapassado o corredor que chegara em 5º. Buscou, investigou e quando descobriu o próprio erro, se autodenunciou, numa postura ética e digna de um verdadeiro Ultramaratonista. Só pra lembrar, o Éber correu essa BR em que foi pódio meio que sem querer: ele era apenas pacer da Monica Otero, mas ela não pode correr. Como havia a vaga e ele tinha condições de participar, e já estava lá, foi pra prova. E subiu ao pódio!!

Fecha parênteses e voltamos à prova: a edição de 2011 não foi planejada. Foi só uma prova a mais para fazer no meu calendário maluco, sem foco até as minhas férias. Correr para se divertir. E quanto mais experiência, melhor, não? Especialmente nas trilhas e em descida, onde ainda sofro muito. 

O bairro do Caruara, onde se daria a largada, tava meio confuso: obras da Prefeitura bloqueando o caminho, necessidade de chegar por vias alternativas... e ao contrário da prova de 2008, a chegada seria lá no mesmo lugar onde largamos. Mas o percurso seria muito similar à prova de 2008, imaginava eu, com a evidente vantagem de estar sol e bem mais seco. Estava parcialmente certo. 

Larguei tentando usar uma tática diferente: correr bem forte no plano e nas trilhas simplesmente ver o que acontece. Geralmente nessas provas eu seguro um pouco no plano pra guardar energia para os trechos difíceis, mas isso nem sempre tem sido produtivo. O largar que nem um maluco foi bacana. Pena que eu estou fora de forma e de peso, pena que eu estou com sinusite e asma e não consegui render tudo o que dava no plano, mas correr mais ou menos a 5min/km era bem mais rápido do que o tipo de estratégia anterior.  Lógico que o North Face também atrapalha um pouquinho pra correr rápido, mas era bom pra esse tipo de prova. O percurso segue meio plano até o 3ºkm (com alguns obstáculos - por exemplo, a gente desce e sobe escada para passar por debaixo da BR-101), onde começa uma discreta subida e do 4ºkm em diante a gente entra no mato. Trilha bem fechada, bastante íngreme em alguns pontos, e em outros o matagal alto (mais alto que eu) quase não te deixa ver onde está pisando. Várias vezes derrapei pisando em pedras escondidas no meio dessa trilha semifechada. Mas não caí nenhuma vez, por incrível que pareça. Essa trilha fechada acompanha as torres de transmissão de energia, daí o nome da corrida. São trilhas "de serviço", contornando os morros, num sobe-e-desce infernal. "O que eu estou fazendo aqui" é o pensamento mais comum.

O ritmo mais forte na largada rendeu algum resultado. Em 2008 eu peguei muito trânsito nas trilhas nas subidas e gerei trânsito nas descidas. Se eu sou lento hoje, imagine naquela época e em um dia chuvoso! Desta vez, no entanto, cheguei nas trilhas com pouca gente, passei um ou outro nas subidas e só uns 4 me passaram nas descidas. Corri bastante tempo sozinho por lá e até cheguei a errar o caminho, justamente onde a trilha fechada acaba e começa a descida.

É díficil lembrar por inteiro a prova de 2008, mas acho que é no final onde se deu a maior mudança. Neste ano a gente desce uma trilha até chegar numas ruas de terras (lá pelo 9º km) e volta pelo caminho da ida. Em 2008, a gente descia mais rápido, através de um matagal plano em um terreno bom pra correr, embora com algumas poças profundas de lama (onde cheguei a perder o tênis). Essa deve ter sido a maior diferença e a razão para a prova de 2008 ser um pouco mais rápida que esta, mesmo em condições climáticas melhores. Isso porque mesmo voltando a correr forte (dentro das minhas limitações) nos últimos 3km, passando alguns daqueles que me passaram nas descidas, fechei em 1h27, 4 minutos mais lento do que a prova em 2008. Só que comparativamente eu acredito que fui muito melhor nessa prova. Na chegada, inclusive, tinha pouca gente, ao contrário da prova de 2008, onde eu senti que cheguei entre a metade final dos corredores.

Ainda não saiu o resultado. Pode ser que tudo o que falei seja uma impressão errada e eu tenha corrido bem lento em relação aos outros. Pode ser também que a prova de 2008 tenha tudo um nível técnico mais elevado. O que sei é que me diverti mais uma vez. E voltei sujo pra casa, mas bem menos do que no dilúvio de 2008...


http://connect.garmin.com/splits/111631689

Atualização: Saiu o resultado oficial e confirmada a impressão errada: fui mal pra cacete... não entendi nada, mas 1h27m54s015 me garantiu só o 97° lugar entre 150 homens! Eu não vi tanta gente assim na chegada, sei lá onde foi parar esse povo!! O que impressiona é que o tempo foi dado em milésimos, mesmo não tendo chip!

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