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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Desafio Castelhanos Topo e Praia 2009 - 44k

O desafio Castelhanos era sonho antigo, desde a época do Desafio de 2007 quando morri de inveja de quem tinha ido "até o final", "descobrindo" o caminho até a praia de Castelhanos. Agora era a minha vez.

Ao contrário da outra prova, esta seria organizada juntamente com o Revezamento de Ilha Bela. Sob o ponto de vista da logística era melhor. Lógico que perdíamos um pouco a aura de exclusividade que marcou a prova em 2007 mas, em compensação, fazê-la em conjunto com os corredores do revezamento fazia com que eles nos olhassem como se fôssemos extraterrestres ou algo do tipo. Quer dizer, a maior parte nos olhava como se fôssemos completamente pirados, alucinados, doidos de pedra mesmo. Mas... legal mesmo assim. Já sabia que tinha passado pela barreira da insanidade após ter feito Urubici.

Ao contrário do que inicialmente previsto, a prova teria 44km mesmo. E trombaríamos na nossa volta de Castelhanos com corredores do revezamento fazendo o trecho de Castelhanos, os "loucos entre os normais". Seria interessante acabar um pouco com a solidão da prova, já que com poucos participantes e muitos quilômetros, a dispersão seria grande.

A parte triste da prova foi a contusão do Paulinho Lacerda antes da corrida. Acabou indo até Ilhabela, mas só para dar uma força à equipe. Uma pena, ele ia correr para pódio no geral.

Comecei, como quase sempre, conservando energia. A primeira subida até o topo era a subida "fácil" e não queria me desgastar muito nela, já que a pedreira viria mais adiante. Além disso, até ali era terreno conhecido. A partir dali, surpresas nos esperariam. Quando cheguei ao topo e comecei a descida, fui alcançado pela Naoko, que descia feito criança, berrando como criança... No final da subida ainda alcancei o Vainer, uma situação impensável até pouco tempo atrás, já que o Vainer é muito melhor corredor do que eu. Ok, ele não estava bem, meio machucado (que maluco faz uma prova dessas machucado?? Bom somos todos malucos mesmo...), mas isso me deu uma força.

Como descida não é mesmo o meu forte, logo o Vainer me ultrapassou de volta. Mas não abriu muito não, eu tava sempre na cola dele. A descida até Castelhanos tava bem ruim, tinha chovido a semana inteira e alguns trechos eram pura lama. Não era algo amedrontador para quem já tinha enfrentado Urubici, mas mesmo assim dava muito trabalho. No final da descida, encontrei a companhia da Ana, que tinha feito Corrida das Torres comigo, ou melhor, à minha frente. Sinal de que estava bem.

Também já via os primeiros corredores retornando. Diego e Leal estavam em uma ótima colocação no geral, mas o Diego vinha com uma cara meio amarrada, enquanto o Leal parecia ter saído do banho, novinho, novinho...

Cheguei à praia e foi uma maravilha. Lugar lindo! O duro era passar poucos minutos lá, de passagem e voltar. Mas chegar no posto de parada junto do Vainer e da Ana foi ótimo, me sentia em uma categoria de corredor acima daquela à qual pertenço. Aliás, falando em apoio, certamente essa foi uma das provas mais perfeitas em termos de organização da qual já participei. Abastecimento, comida, isotônicos, cuidados médicos, tudo excelente, tinha uma completa sensação de segurança. Nota 10 para a Corpore!

Na subida alcançamos a Consuelita, outra daquelas que estava brigando pela colocação no geral. Ouvia a Naoko logo acima. A partir daí pude acompanhar de uma posição privilegiada a disputa no feminino. Fazíamos um pelotão de subida, Consuelita, Ana e eu. Quando uma puxava um pouquinho mais, a outra acompanhava. E eu ia junto, caminhando, correndo, me matando para segui-las e tentando conservar alguma energia. No finalzinho da subida a Ana puxou de vez e abriu alguns metros à nossa frente. Consuelita foi atrás, mas não conseguiu acompanhá-la. Não sabíamos o quanto a Naoko estava perto, mas era na descida da volta que o feminino ia se definir. Eu comecei a acelerar na descida, corri o mais forte que podia, mas não conseguia acompanhá-las. Pior, alguns corredores me passavam, minha velha deficiência em descidas...

Só que correr em descida também cansa. Os que me passaram, empolgados com a descida, acabaram quebrando mais à frente. E eu ainda estava bem, dentro possível. Passei pelo posto de troca do revezamento como um foguete, o pessoal incentivando, Paulinho Lacerda inclusive. Tava firme, bem, forte e forçando, forçando. Até chegar o plano, quando faltavam uns 3 km para a chegada. Ali, finalmente, arriei. Mas tinha corrido bem, tinha sobra para os corredores atrás de mim e realmente não havia mais ninguém para alcançar.

Com muito sofrimento terminei em 05h09min. Fantástico, para quem imaginava umas 06 horas de corrida! Terminei feliz como uma criança, bem pra caramba. Foi a minha melhor corrida, sem dúvida!! A melhor!! E a segunda ultra no currículo.

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