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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Circuito Paulista de Corridas de Montanha - etapa Cantareira/Mairiporã 2016

Resolvi trocar o longão no asfalto por uma corrida de montanha por dois motivos: 1) testar um tênis que estou avaliando para uma revista; 2) testar o meu joelho esquerdo.

Tentei ir pro K21 no Pico do Urubu, mas as inscrições estavam esgotadas. Em contrapartida, na mesma data, haveria uma etapa do Circuito Paulista de Corridas de Montanhas. Duas provas importantes de trilha/montanha na região metropolitana de São Paulo no mesmo dia, quem diria! Há cinco anos atrás isso seria impensável, seria até difícil achar provas...

O Circuito de Corridas de Montanha é um dos pioneiros na área. Já corri algumas etapas em Paranapiacaba, em São Roque e em Mairiporã, mas fazia tempo que não corria suas provas. Até então eu as achava corridas simples, talvez um pouco caras para o que ofereciam, mas normais, sem grandes críticas. Deixei de fazer as provas do Circuito mais por causa das distâncias, um pouco curtas pra mim, do que por outros motivos.

Mas pelos motivos acima apontados e pelo fato dessa etapa possuir uma prova de 20,9km (quanta precisão), resolvi participar. Essa estapa, embora fosse também em Mairiporã, rolou em um outro lugar, próximo ao rio Jaguari e uma das represas do sistema Cantareira, num lugar um pouco mais ermo. Ali, acho que só indo de transporte privado mesmo.

Largamos num campo de futebol, com uma subidinha à direita e, 50 metros depois, a galera pegou a direita de novo. Saí tranquilo, lá atrás, sem pressa e... depois de uns 500 metros, passa um carro da organização dizendo que é pra voltar! Era pra ter virado à esquerda no fim da subidinha, não à direita!!! Caramba, grotesco. Enquanto o carro seguia pra ir avisando os corredores mais à frente, nós voltamos até a esquininha do erro, onde tava todo mundo parado. De repente, depois de uns 2 minutos, alguém liberou o pessoal (obviamente não tinha dado tempo de voltar todo mundo que tava errado ainda) e seguimos pra direção certa numa situação surreal: os últimos eram os líderes e os líderes estavam lá atrás...

Você sabe que o fotógrafo é bom quando te faz não parecer gordo!! Foto do Mestre Tião Moreira
Corremos mais uns 3 minutinhos e nova parada, na entrada de uma trilha single track. Tavam segurando todo mundo lá de novo. Um lugar horrível para uma "nova largada" (lembrando que o tempo tava correndo normal na cronometragem). Lógico que depois de 2 minutos, sabe-se lá porque, liberaram todo mundo de novo. A zona continuou, uma fila zoada pra entrar no single track, corredor rápido atropelando corredor lento que estava na frente, capotes variados por conta disso (alguns apressados tentando criar, sem sucesso, uma nova trilha no single track...), mas de alguma forma a corrida continuou. A sorte é que tava todo mundo no K21 e tinha pouca gente na prova.

Saimos do single track depois de uns 2 ou 3 quilômetros e caímos em um estradão na margem do rio. Ok, sossegado, até que escuto vozes do outro lado do rio. Claaaaaro!! Alguns dos corredores que não foram contidos na fila de entrada do single track tinham seguido reto e chegado a um caminho margeando o rio, mas do outro lado. Estavam perdidos!! Quando perceberam que nós estávamos do outro lado, perguntaram se tinha sinalização onde estávamos (tinha) e conseguiram, numa pontezinha algumas centenas de metros adiante, cruzar e voltar pro caminho certo! Afffff!

Continuei a prova no meu ritmo tranquilo. Sobe, desce, a prova não tinha muitos trechos técnicos, era mais estradão com bastante altimetria, mas ainda assim sem poços de lama, barrancos ou coisa do tipo. A partir do quarto quilômetro, a sinalização começou a aparecer, mas sempre com o número vermelho, indicando quilometragem do pessoal dos 20,9km. No entanto, o pessoal inscrito para os 14,6km seguia conosco. E os quilômetros subindo, 11, 12, 13... ué, onde o pessoal dos 14,6 vai retornar?

Resposta: em nenhum lugar. Não tinha sinalização alguma pra eles. Achei até interessante, depois que passamos da placa dos 14km, um corredor passou por mim voando na entrada da trilha berrando "só faltam 600!!" Passou uns 2 minutos ele e mais uns caras voltam com cara de tacho. "Ih, não é aqui, tem placa do km 15 ali na frente". Coitados... pior é que eu não sabia se para eles era mais negócio voltar e tentar achar um caminho certo que eu não vi em nenhum lugar, ou seguir em frente.

Vale lembrar que a prova não oferecia nenhuma hidratação. Cada um leva a sua. Ok, mas muita gente levou pouca ou nenhuma água, confiando que ia correr só 14... deu ruim, né? Esse mesmo cara que tava comemorando pelo menos teve a sorte de eu ter água comigo e poder oferecer a ele. A sorte é que no meio da prova começou a chover bastante. Dificultou um pouco a visibilidade, um pouco o grip em alguns trechos, mas ajudou bastante a baixar a temperatura e a demanda por água. Não era um dia quente, mas eu estava sentindo muito calor.

A partir desse km 15 começamos a descer, descer, descer, seja por estradão, seja por um trecho de single track relativamente tranquilo. O tênis que estava testando e usando era perfeito para esse tipo de prova. Bem rígido e estável, ajudou a não sentir as pedras na estrada, e os cravos baixos eram ótimos pro terreno. Em um piso mais enlameado, os cravos baixos não dão tanta aderência, mas eram poucos os trechos assim na prova. E assim fechei os 22,3 km da prova (pois é, os "precisos" 20,9Km não eram tão precisos) com 2h53, embaixo de muita chuva.



A zona na organização não interferiu em nada na minha corrida, mas nem fiquei pra ver se rolou confusão ou não na premiação. Mas vale o registro, pra finalizar o show de horrores, de uma das medalhas de participação mais toscas que vi nos últimos tempos... infelizmente o Corridas de Montanha, ao invés de evoluir ao longo dos anos, está nitidamente ficando pior.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Desafio dos 20 km/h.

Pois é, o Jornal Nacional fez uma matéria especial com um maratonista amador razoável (3h27m) colocando ele pra correr no ritmo do vencedor da maratona olímpica, ou seja, mais ou menos 3min/km ou 20km/h, e ver quanto tempo ele aguentaria. Abaixo segue o link da matéria.

http://globoplay.globo.com/v/4754842/

Na esteira, ele aguentou... 45 segundos!!

Logo apareceram as simulações de outras pessoas. O Thiago de Brasília fez a sua, o Jorginho Iran também e é lógico que o Sergio Rocha também embarcou na onda.


O problema é que o bicho, que fez 55 segundos, resolveu me desafiar. Deu nisso aí:


59 segundos, ok? Na frente de dois caras que tem tempos melhores que o meu de maratona, vejam só!!!! E olha que eu estou bem pesadão, musculatura meio cansada do longo do domingo e joelho ainda em observação... Mas eu sei que para o meu nível atlético, sou um pouco melhor mesmo em explosão muscular, mesmo sendo ultramaratonista. Talvez eu tenha um perfil mais de velocista do que de corredor de longas distâncias, mas gosto é gosto, né?

O único problema é que eu fiquei tão cansado que bodeei o resto da noite, não teve mais treino nem nada. Mas teve a sua compensação. Dormi que nem uma pedra...