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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Integração Trilopez 2009 - 4,6k

Integração Trilopez: corridinha festiva, ritmo tranquilo, fechando os 4,6km para 23min30 e um troféu no ano! Sim, não saí em branco este ano. Levei o terceiro lugar no Volta ao mundo Trilopez, que contabiliza os quilômetros que os atletas fizeram em provas durante o ano. Impossível pegar o Alê, com mais de 600 km. O Vainer foi por pouco, também ficou na casa dos 300km como eu.

Acumulado no ano em provas: 399,6km, com 3 maratonas e 3 ultras, além de recorde pessoal na maratona e na meia. Um ano realmente fantástico!!


Edith, Ana Miriam, Alê e eu, e os respectivos trofeuzinhos "Volta ao Mundo"

Ultramaratona 24hs Fuzileiros Navais Corpore

A Ultra 24hs foi um negócio absolutamente fora da realidade. Para a maioria dos mortais, um grande desafio era a São Silvestre, que tinha 15km e que uma pessoa comum razoavelmente condicionada faria em umas 02 horas. Imagina correr 12 vezes esse tempo!

Era difícil até de explicar o que é a prova. Muitos ficavam abismado quando eu explicava que era em pista de atletismo, e alguns achavam absurdo um revezamento de 24 hs. Quando eu esclarecia que não era revezamento, que era solo, aí que o pessoal simplesmente se afastava, achava que eu estava louco, surtando...

Os treinos foram duros, dois longos por final de semana, alguns com 08 horas sob o sol,  outros mais curtos, mas em circuito fechado curto, simulando a prova. O pior, mas ao mesmo o que deu mais confiança, foi o do feriado de finados, em que fizemos um treino de 08 horas no sábado, puxado, de cerca de 60k, e depois fomos fazer tiros rápidos intercalados com caminhada na segunda feira, no zerinho do Villa-Lobos, que tem 500m, num treino de 04 horas e que rendeu mais uns 30km. Tava um sol naquele dia, um calor...

Acho que isso foi bom, porque terminamos o treino vivos. E treinar sob o sol seria interessante para nos acostumarmos com o calor previsível do RJ no final de novembro.

A corrida é tão longa que é difícil resumi-la. Basta dizer que começamos sob um céu nublado, sob calor, mas não esturricante, e que predizia uma boa prova. Mas á tarde, abriu um sol terrível, chegamos a uma sensação térmica de 40ºC. Felizmente, a organização da prova foi magistral, tinha tudo. Comida, bebidas e esponjas com muita água para nos refrescar. A tenda de massagem e a piscina de gelo também ajudaram muito. Durante a prova parei 05 vezes para fazer massagens, especialmente nos pés, que doíam muito. E fiz gelo umas 07 vezes.

O ritmo era bem lento, alternando caminhada e corrida, e a corrida era sempre leve. O problema não era aeróbio, mas de resistência muscular. Os bpm não subiam a ponto de gerar lactato. Por isso o que doía eram as estruturas ósseo-articulares, submetidas a esforço constante. Notadamente os pés. Mesmo assim, ia bem, comparando com os colegas de Trilopez. Não sofri tanto quanto imaginava que iria sofrer. Não tive sono de madrugada. Não passei fome e nem tive mal-estar.

A partir de um determinado momento da corrida o objetivo era fechar 100k. Era a motivação, estava cansado, precisava de algo para me mover. Os 100k aconteceram por volta das 5 da madrugada, quando faltavam mais ou menos 05 horas para o término da prova. Aí me dei o luxo de descansar um pouco de verdade. Parei, botei minhas Crocs e fiquei uma hora só olhando o movimento, comendo batata frita... depois encheu o saco e fui conversar com os colegas queestavam na pista, ajudar a Cynthia a alcançar os 100k, tirar fotos.

Nem pensava em classificação. Uma pena, porque se tivesse resistido mais (era difícil, porque não sabia quemera da minha categoria, não sabia como estavam), poderia ter feito mais 25km nas 05 horas restantes, motivado por esse objetivo, e conseguido o 3º lugar na categoria. Os demais corredores da categoria estavam pior do que eu... acabei fazendo, nessa história de tirar fotos e acompanhar os colegas, 107,9km. Foi dentro do que esperava e as condições físicas e mentais de estafa foram até mais tranquilas do que imaginava. O saldo foi positivíssimo, portanto. Gostei da prova, gostei do clima da prova, gostei de conhecer outros colegas do mundo as Ultras. Conheci o Jorge Cerqueira, o Amorim, o Gabbardo, revi o Hideaki, o Alexei, o Losada, a Tomiquinho e tantos outros.

O único problema é que não rolou o Porcão no domingão à noite pós-prova. Tava difícil ir da cama para o banheiro, imaginava se vestir, pegar um taxi, encarar um buffetzinho...


Com o Jorge Cerqueira

Equipe antes, inteira!
 
Largando!
 
Pós-corrida, todo mundo meio morto.

Volta da USP 2009 - 10k

A Volta da USP 2009 foi mais uma prova que fizemos como parte do treino. Naquele momento, a quilometragem dos treinos já vinha caindo e começávamos nosso polimento. O previsto para o dia eram uns 22 km, então aproveitamos a estrutura da prova. Chegamos antes, fizemos uns 12km e depois largamos com a prova para completar os 22k.

Foi uma prova em que puxei bastante, testando meu condicionamento. Tanto que corri com o Alê, que é mais rápido do que eu. Apesar de biologia e tudo, fechei com 49min26s, um tempo excelente. Fosse esta uma prova "normal", sem "aquecimento" de 12k antes e sem uma subida tão absurda como a Biologia, daria pra fazer abaixo de 47min. Tava tinindo para as 24hs!

Maratona de Amsterdã 2009

Após Itapeva a preparação continuava para as 24hs. Havia uma idéia de se tentar fazer o Desafio Bertioga-Maresias solo. Aliás, neste ano não haveria Noneto de Ouro mesmo, então, pelo jeito, ia fechar o ano sem troféu.

Só que Bertioga-Maresias é uma prova muito dura em termos de tempo para completar. Difícil para pangarés como eu. Ainda estava em dúvida quando apareceu a oportunidade de fazer Amsterdã com inscrição gratuita pela Mizuno, que também patrocinava a prova. Nem pensei duas vezes, arranjei um jeito de faltar uns diazinhos no trabalho e fui!

A rotina de fazer maratona como prova de preparação ainda era algo estranho. Maratona durante muito tempo foi meu objetivo final. É um negócio tão complicado fazer, que admitir que tinha coisa pior ainda não era muito fácil de entender.

O fato é que fui para me preparar, mas fui também com uma expectativa de fazer um bom tempo, já que estava em um bom estágio de preparação. As outras duas maratonas do ano também tinham sido ruins em relação à performance, embora a da França fosse mesmo um "passeio". Florianópolis, no entanto, ainda estava na garganta.

Ok, além do passeio maravilhoso pela cidade, que é barbara, a prova também foi muito legal. Apesar de querer fazer uma boa prova, não estava encanado. Tanto que a preparação no dia anterior à prova envolveu muita caminhada conhecendo a cidade e algumas vodkas. E o café da manhã á base de chocolate também não era nada que um bom fisiologista recomende.

Porém, como dizem, cabeça é boa parte da prova. E a minha estava ótima. A temperatura e o clima estavam perfeitos. Frio, entre 5 e 10ºC, mas sem vento e com um solzinho gostoso. Saí correndo fácil e a cada quilômetro me surpreendia com o ritmo. E tentava segurar, porque tava até muito rápido. Passei a meia com 1h56min, soltinho, soltinho. Mas, precavido com Floripa onde também passara a meia fácil e depois quebrara, resolvi ser conservador e segurei ainda mais o ritmo. Mesmo assim, seguia na casa de 5min30/km.

A corrida começa e termina no Estádio Olímpico, não passando pelo centrode Amsterdã, mas cruzando boa parte da cidade no sentido oeste-leste e também fazendo um trecho á beira do Rio Amstel em direção ao sul, já em uma área rural, e em região onde passávamos por um passeio asfaltado, mas muito estreito, com algum trânsito entre os corredores. Ali,  tive alguma dificuldade para ultrapassar os corredores mais lentos. Depois foi só administrar. Na verdade, nos quilômetros finais passamos por dentro do Vondelpark (que já havíamos cruzado no começo da corrida), onde sabia que não ia ter água, bem na hora em que sentia sede. Mas isso não atrapalhou muito, e fechei a maratona para 03h55min26s, recorde pessoal e até uma sensação de que daria para fazer mais rápido. Depois, foi só comemorar com Heineken...


Marcelo Jacoto e eu, após a chegada.

Desafio Itapeva Campos do Jordão 2009 - 48k

Itapeva deixara de ser objetivo principal e passara a ser "só" mais uma prova dura no ano. No entanto, a vontade de fazê-la era tão grande que fui o primeiro inscrito na prova!

Agora a preparação era para as 24hs e Itapeva faria parte disso. Uma corrida muito dura também, em princípio em um terreno mais "corrível" do que em Castelhanos, mas em uma altimetria mais variada. Larga-se em subida, alcança-se o Pico do Itapeva, e passa-se a descer em direção à cidade. No entanto, a descida não é constante, muitas vezes desce-se para subir de novo e depois descer de novo, em estradas de terra e asfalto. Lá pela metade da corrida alcança-se o caminho do Horto, todo em asfalto, onde as ondulações predominam para desgastar o corredor sem que ele perceba. Aí retorna-se pelo mesmo caminho até retornar à cidade, onde passamos por dentro de um bairro (logicamente cheio de subidas e descidas) até a chegada.

Além das ondulações, a altitude ajudava um pouco também. Os batimentos subiam mais depressa, chegando mais rápido ao limiar anaeróbico, desgastando mais o corredor e criando mais ácido lático. Doía, literalmente, nas pernas.

Foi uma corrida muito mais dura do que Castelhanos, inclusive porque o calor estava mais forte, desgastando ainda mais. Além disso, havia muitos trechos sem sombra e era bastante diferente administrar uma corrida com uma altimetria tão variada como esta. Nos quilômetros finais andei pra caramba. Pagara o preço de sair forte, tanto que passei boa parte da prova á frente do Alê.

Fechei em 5h34min35s. Um tempo não tão ruim se comparado ao pace de Castelhanos. Mas cheguei bastante cansado e desgastado. Terminar já foi uma vitóriia! De qualquer modo, uma segunda corrida em que consegui ficar á frente da Edith (novamente por poucos metros), sempre uma referência de corrida para mim, dada a sua capacidade atlética. E a segunda ultra do ano!

Meia Maratona da Praia Grande 2009

Após as férias do meio do ano (com direito à Maratona francesa), era hora de recomeçar a treinar para o próximo Desafio Corpore, o de Itapeva. Aqueles que fizessem os dois desafios de montanha da Corpore no ano, ganhariam uma terceira medalhinha comemorativa. No entanto, tinha quie treinar, treinar, treinar. Além disso, para o segundo semestre, um desafio ainda mais duro tinha aparecido: uma prova de 24hs no Rio de Janeiro.

Não tinha jeito, tinha que começar a fazer dois treinos longos no final de semana, correndo no sábado e no domingo. Após alguns treinos desses, começamos a subir quilometragem. E em um final de semana que previa 05 horas de treino no sábado e 20 km, acabamos resolvendo fazer a Meia da Praia Grande como essa segunda perna.

Ou seja, correr cerca de 40 km num dia e 21km no outro! Lógico que as expectativas para a Meia da Praia Grande eram apenas de completar a prova, sem muito interesse em tempo ou performance. Até porque fazia um belo calor por lá, uns 30ºC e muita umidade. Seguindo o planejado, comecei em um ritmo bem lento, para fazer a meia além de 02 horas. No entanto, após metade da corrida me sentia bem e dei uma puxadinha. Fui nessa toada e acabei fechando em 1h58min23s. Um tempo bom para um treino tão puxado como este e em um calor tão forte.

Marne et Gondoire Marathon 2009

Sobre a Maratona de Marne et Gondoire, realizada nos arredores de Paris, leia matéria publicada na Revista Contra-Relogio aqui.










Desafio Castelhanos Topo e Praia 2009 - 44k

O desafio Castelhanos era sonho antigo, desde a época do Desafio de 2007 quando morri de inveja de quem tinha ido "até o final", "descobrindo" o caminho até a praia de Castelhanos. Agora era a minha vez.

Ao contrário da outra prova, esta seria organizada juntamente com o Revezamento de Ilha Bela. Sob o ponto de vista da logística era melhor. Lógico que perdíamos um pouco a aura de exclusividade que marcou a prova em 2007 mas, em compensação, fazê-la em conjunto com os corredores do revezamento fazia com que eles nos olhassem como se fôssemos extraterrestres ou algo do tipo. Quer dizer, a maior parte nos olhava como se fôssemos completamente pirados, alucinados, doidos de pedra mesmo. Mas... legal mesmo assim. Já sabia que tinha passado pela barreira da insanidade após ter feito Urubici.

Ao contrário do que inicialmente previsto, a prova teria 44km mesmo. E trombaríamos na nossa volta de Castelhanos com corredores do revezamento fazendo o trecho de Castelhanos, os "loucos entre os normais". Seria interessante acabar um pouco com a solidão da prova, já que com poucos participantes e muitos quilômetros, a dispersão seria grande.

A parte triste da prova foi a contusão do Paulinho Lacerda antes da corrida. Acabou indo até Ilhabela, mas só para dar uma força à equipe. Uma pena, ele ia correr para pódio no geral.

Comecei, como quase sempre, conservando energia. A primeira subida até o topo era a subida "fácil" e não queria me desgastar muito nela, já que a pedreira viria mais adiante. Além disso, até ali era terreno conhecido. A partir dali, surpresas nos esperariam. Quando cheguei ao topo e comecei a descida, fui alcançado pela Naoko, que descia feito criança, berrando como criança... No final da subida ainda alcancei o Vainer, uma situação impensável até pouco tempo atrás, já que o Vainer é muito melhor corredor do que eu. Ok, ele não estava bem, meio machucado (que maluco faz uma prova dessas machucado?? Bom somos todos malucos mesmo...), mas isso me deu uma força.

Como descida não é mesmo o meu forte, logo o Vainer me ultrapassou de volta. Mas não abriu muito não, eu tava sempre na cola dele. A descida até Castelhanos tava bem ruim, tinha chovido a semana inteira e alguns trechos eram pura lama. Não era algo amedrontador para quem já tinha enfrentado Urubici, mas mesmo assim dava muito trabalho. No final da descida, encontrei a companhia da Ana, que tinha feito Corrida das Torres comigo, ou melhor, à minha frente. Sinal de que estava bem.

Também já via os primeiros corredores retornando. Diego e Leal estavam em uma ótima colocação no geral, mas o Diego vinha com uma cara meio amarrada, enquanto o Leal parecia ter saído do banho, novinho, novinho...

Cheguei à praia e foi uma maravilha. Lugar lindo! O duro era passar poucos minutos lá, de passagem e voltar. Mas chegar no posto de parada junto do Vainer e da Ana foi ótimo, me sentia em uma categoria de corredor acima daquela à qual pertenço. Aliás, falando em apoio, certamente essa foi uma das provas mais perfeitas em termos de organização da qual já participei. Abastecimento, comida, isotônicos, cuidados médicos, tudo excelente, tinha uma completa sensação de segurança. Nota 10 para a Corpore!

Na subida alcançamos a Consuelita, outra daquelas que estava brigando pela colocação no geral. Ouvia a Naoko logo acima. A partir daí pude acompanhar de uma posição privilegiada a disputa no feminino. Fazíamos um pelotão de subida, Consuelita, Ana e eu. Quando uma puxava um pouquinho mais, a outra acompanhava. E eu ia junto, caminhando, correndo, me matando para segui-las e tentando conservar alguma energia. No finalzinho da subida a Ana puxou de vez e abriu alguns metros à nossa frente. Consuelita foi atrás, mas não conseguiu acompanhá-la. Não sabíamos o quanto a Naoko estava perto, mas era na descida da volta que o feminino ia se definir. Eu comecei a acelerar na descida, corri o mais forte que podia, mas não conseguia acompanhá-las. Pior, alguns corredores me passavam, minha velha deficiência em descidas...

Só que correr em descida também cansa. Os que me passaram, empolgados com a descida, acabaram quebrando mais à frente. E eu ainda estava bem, dentro possível. Passei pelo posto de troca do revezamento como um foguete, o pessoal incentivando, Paulinho Lacerda inclusive. Tava firme, bem, forte e forçando, forçando. Até chegar o plano, quando faltavam uns 3 km para a chegada. Ali, finalmente, arriei. Mas tinha corrido bem, tinha sobra para os corredores atrás de mim e realmente não havia mais ninguém para alcançar.

Com muito sofrimento terminei em 05h09min. Fantástico, para quem imaginava umas 06 horas de corrida! Terminei feliz como uma criança, bem pra caramba. Foi a minha melhor corrida, sem dúvida!! A melhor!! E a segunda ultra no currículo.

Corrida GRAACC Corpore - 4,3k

A GRAACC foi uma corrida onde simplesmente acompanhei o meu cunhado Danilo, para incentivá-lo. 4,3km naquela altura do campeonato era menos do que aquecimento. O único problema era ter rodado 30km no sábado.

Mas no ritmo dele não teve galho: 24min29s, tranquilo...

Maratona de Santa Catarina 2009

Floripa seria para tentar baixar o tempo. Apesar de ser uma prova preparação para Castelhanos, era também uma prova do ciclo competitivo. Uma corrida plana, uma paisagem bonita, e em um feriadão, para poder descansar pós-prova em princípio esses eram fatores que ajudariam.

O problema era o calor... cheguei em SC com um sol de quse 30ºC. Foi bom pra pegar uma prainha, ver as catarinenses de biquininho, um estímulo moral daqueles!! Mas correr naquele calor ia ser dureza... cansei só de pegar fila para pegar o kit!

No dia da prova as perspectivas de clima eram sombrias. Ou melhor, ensolaradas, numa lógica invertida que só um corredor pode entender. Para minha esposa tava ótimo. Para mim, um terror. Eu queria que o feriadão inteiro fosse de sol, exceto o domingo. Mas não foi o que aconteceu. Na verdade, inverteu, choveu na segunda e na terça, os dias que tínhamos para curtir a praia. Lei de Murphy do caralho!!

Só de aquecer eu já sabia que ia ter que fazer uma prova conservadora e esquecer recorde. Eu me sentia muito bem preparado, mas o calor tava matando. Logo no início encontrei o ChicoMaratona, velho colega de Urubici e aí resolvi correr com ele, conversando, curtindo a corrida, como fizéramos lá no frio. Nesse ritmo de 5min50/km fui sem me cansar muito, me divertindo com as histórias dele. Encontrei também o Hideaki, que nos acompanhou por alguns quilômetros e depois diminuiu o ritmo, numa corrida mais cerebral. Ótima escolha, eu veria depois.

Na marca da meia, o Chico ficou para trás. Agora era comigo e eu, que me sentia bem, resolvi puxar o ritmo para ver no que dava. Na minha cabeça era só me hidratar bem e tentar relaxar, com fizera na Meia da Corpore, correndo, talvez, a uns 5min20/km. 21,1km nesse ritmo não parecia tão ruim, tava me sentindo inteiro, só com um pouco de sede, o que eu resolveria rapidamente no próximo posto de hidratação. O sol tava com tudo!!

Bom, e cadê o próximo posto? Os quilômetros foram passando e nada de água. Os colegas corredores reclamavam muito, mas a organização não fazia nada. Justamente nesse ponto da prova!! A Via expressa sul é um enorme descampadão asfaltado, muito pior que a Politécnica em termos de calor. Tem mais asfalto e menos sombra! E é mais comprida. Com nada de água ficou difícil... na subidinha pro túnel da volta, perto do km 28, arriei de vez. Tava morrendo de sede, desidratado, cansado, morto e puto com aquele absurdo.

Só encontrei água no km 31. Não deu nem pra reclamar porque as meninas que estavam dando água eram espetaculares. E a culpa não era delas, pelo contrário, elas salvaram um pouco a corrida... mas a partir daí era me arrastar até o final. Meu pé também começava a doer muito, inchou no tênis por causa do calor e da flata de água. Quis desisir no km32, que passava pela largada, mas só xinguei os organizadores. Continuei, mas já caminhando, sem conseguir correr. Tava hidratado, mas os pés doíam muito. Só resolvi o problema quando o Paulinho Navarro me alcançou no km 36. Parei, abri o tênis, afrouxei os cadarços e tudo melhorou!!! Isso me deu novo ânimo, pelo menos para acabar com aquilo mais rápido!

Aí voltei a correr e fechei a prova relativamente bem em termos físicos. O tempo foi um horror perto do almejado: 4h29min17s. Mas tinha a firme convicção que desta vez a culpa não foi minha. Maratona de Floripa de novo? Só se melhorarem muito!!

A única vantagem da prova: a foto ficou ótima!


Pelo menos as fotos se salvaram. E o registro do grande ChicoMaratona!

Meia Maratona da Corpore 2009

A meia da Corpore de 2009 não tinha exatamente o mesmo traçado da mesma meia que eu havia feito em 2005. Algumas alterações, nada substancial em termos de altimetria, mas uma expectativa muito melhor desta vez.

Ainda em treino e ainda com a Abertura Corpore na cabeça, tinha uma expectativa próxima a 1h52min. Tava ficando rápido nos treinos, mas não queria forçar muito. No entanto, assim que larguei, peguei um bonde com o Daniel que estava puxando a Lu (estreando em meias) e uma outra corredora. Eles vinham a 5min/km de média e resolvi ir junto. Não tava fácil, mas tava dando para acompanhar.

O clima dessa prova enganou. Começou friozinho, mas depois esquentou pra caramba. Muita gente quebrou por causa disso. No nosso ritmo a gente começou a passar muita gente que tinha saído forte a partir do 10ºkm. No entanto, lá pelo 15ºkm quem ficou fui eu, não aguentei o ritmo deles. Depois da placa de quilometragem eu entendi o porque: não era eu quem tinha efetivamente quebrado, eram eles que tinham puxado um pace para 4min40s, sei lá porque.

Aliviado, mas sem o bonde, me concentrei em tentar manter o ritmo até o final. Já começava a fazer conta pra o meu recorde pessoal. Tava duro, mas essa motivação me deu forças. Comecei a me concentrar em tentar pegar um corredor á minha frente. Passava, pegava outro. E ia mantendo o ritmo, tentando correr solto, ignorando o cansaço. O ritmo aeróbico tava no limite, mascontrolado, o difícil era manter as pernas funcionando, por isso tentei correr o mais relaxado possível, soltando as pernas mesmo!

Deu certo. Entrar na USP ajudou, estava "em casa". A tática de ir buscando também, ainda mais quando via um laranjinha da Trilopez para alcançar. Só nos últimos 500 metros passei três colegas da Trilopez. E alcancei a Lu, que tinha me deixado para trás naquele quilômetro 15, a uns 50m da chegada, no sprint final. Uau, finalmente a porcaria da barreira de 1h50min tinha ficado pra trás! 1h49m17s.

Abertura Corpore 2009 - 12k

Resolvi fazer uma boa base em 2009 porque o ano ia ser pancada. Queria fazer as duas ultras de montanha da Corpore, os desafios Itapeva e Castelhanos. Queria também mais uma maratoninha no currículo. Então precisava de uma boa base, forte e sem queimar etapas para não estragar no meio do caminho. Em 2007 e 2008 tinha conseguido uma fase boa no ano, mas depois a canseira tinha tomado conta do corpo. Esperava administrar melhor isso neste ano.


Por isso, a primeira corrida do ano foi só em março. Abertura Corpore, sofrimento com o calor da Politécnica. Ainda estava pesado e começando a pegar um melhor condicionamento. 01h05min51s, um tempo nem de longe perto do meu melhor, era esperado.

Integração Trilopez 2008 - 4,6k

Mais uma corridinha de festa. Desta vez corri/andei do lado da Alessandra o tempo inteiro. Minha irmã se inscreveu mas não foi, por pura preguiça. Fizemos 37min00 cravados e demoramos tanto que quando fomos para o café da manhã este já estava pela metade... mas foi legal, fechei um ano bom, com estréia em ultras!

Acumulado no ano em provas: 180 km.

Corrida das Torres 2008 - 12k

Uma prova de corrida cross-country, fora da mesmice do asfalto e que fiz já pensando na possibilidade de encarar corridas no meio da natureza, ultramaratonas trilheiras... o Desafio das Torres também fizera parte do Circuito de Montanhas e parecia ser uma corrida divertida para se fazer. E foi!

Tem esse nome porque acompanha as torres de transmissão de energia elétrica na região de Bertioga. Para manutenção dessa torres, que ficam na encosta da Serra do Mar, existem várias trilhas que foram utiizadas nessa prova para fazer o sobe-desce típico das montanhas.

O fato de ter chovido antes da prova ajudou no tradicional esquema "quanto pior, melhor". Lama, trilhas escorregando, subidas íngremes, descidas idem, verde, mato, terra. Terminei a prova com lama até dentro do cérebro. Uma corrida difícil, dura e divertidíssima. Tive ainda o prazer de conhecer figuras como o Alexei e o Mario, corredores diabéticos, e finalmente conhecer pessoalmente o Éber, um dos caras que me inspiraram a correr ultras. Conheci tambem a Ana, corredora da baixada que tem ótimos resultados em sua faixa etária e muito mais rápida que eu.

Terminei a prova perto do Alexei e do Mario. Este último, um pouco à minha frente, me ultrapassou no trecho plano final. O Alexei eu alcancei e acompanhei até a retinha final, quando um outro corredor nos passou no sprint. Aí eu resolvi sprintar também e "apostar corrida".Foi bacana porque ganhei, hehehe... e a prova ainda teve sopinha quente no final, bom para um bando de corredores molhados até a alma.

Tempo: 1h23min52s.



Alexei Caio, Mario Candeloro, Eber Valentim e eu. Três feras e um pangaré.

Revezamento Bertiioga-Maresias 2008

Mais um Revezamento Bertioga-Maresias, mais um desafio para o Noneto de Ouro. Desta vez não contaríamos com o Paulinho Elias e com o Tetéu e o Camacho vinha de contusão. O Fábio Oliveira, assim como eu, não estava na sua melhor forma. Ia ser mais difícil, mas contávamos com os reforços substitutos.

A escalação do Noneto: Camacho, Sidão, Frédson, Charles, eu, João Marcelo, Fábião e os reforços Ricotta e Greif, que ia encarar a subida de Maresias. Xingando muito, por sinal...

Por conta disso, a prova não foi tranquila como a do ano passado. Corríamos sem saber ou controlar a classificação. A chuva monumental que caiu em boa parte da prova não ajudou nada, também. Apesar de muito abaixo de seu potencia, o Camacho fez muito bem o trecho inicial e o Sidão correu de-mais. Frédson, Charles, Fabião e eu fizemos só a nossa parte, sem nos destacar muito. De minha parte, fiz os 5,5k em 26min50s, mas debaixo de uma chuva monstro, areia pesadíssima (não sabia onde terminava a praia e começava o mar!). Não fiquei contente, mas sabia que tinha feito o que dava, porque tava totalmente exausto no final do meu trecho, quebradíssimo!!!

O João Marcelo foi outro que correu demais, levou nossa classificação para cima e o Ricotta, já encarando os pedreiras mais rápidos das outras equipes, manteve o nosso lugar, correndo bem também. O complicado vinha agora com a subida de Maresias. O Greif é um corredor extremamente rápido, mas não estávamos certo quando à sua resistência, especialmente num trecho tão difícil. Mas ele mandou muitíssimo bem e fechou a prova com sobra.

Apesar de nossos temores, o tempo total da equipe foi muito parecido com o do ano passado. E acabamos, de novo, garantindo o 5º lugar, um pouco mais apertado (a 6º equipe ficou pertinho, mas não sabíamos) e mais um troféuzinho!!

Troféu Independência 2008 - 10k

Mais uma vez convocado para integrar o Noneto de Ouro em Bertioga-Maresias, tinha que me virar e tentar recuperar algum condicionamento. Tava difícil, o corpo meio cansado, mas tentava. O Troféu Independência no 07 de setembro foi mais uma dessas provas de "afinamento" de performance, de medição para ver como estava minha situação geral. O percurso é muito parecido com a corrida dos Bombeiros, em um 10k com uma boa subida da Nazaré para quebrar ritmo.

Não consegui baixar dos 50 minutos. Saí muito forte e acabei sentindo justamente na subida da Nazaré onde supostamente seria o meu ponto forte. Depois consegui recuperar o ritmo, mas fechei em 50min27s. De qualquer forma, não tava tão ruim. Os 5 primeiros quilômetros haviam sido fortes e era disso o que precisava no meu trechinho de 5,5km no revezamento.

Centro Histórico 2008 - 9k

Essa eu só fiz porque era o "meu" Centro Histórico. Depois de Urubici descansei e corri o Centro Histórico só para ver o quanto tinha perdido de condicionamento. Muito, a se considerar o tempo feito, de 47min17s, quase 3 minutos mais lento do que no ano anterior e o meu pior tempo nessa prova.

Urubici 2008 - 50k

Primeira ultra! E que ultra... Urubici é conhecida nacionalmente por três coisas: é o lugar onde se registrou a temperatura mais fria do Brasil, -17ºC; também é onde fica uma das antenas do CINDACTA, no alto do morro da Igreja; por fim, é conhecida por suas paisagens alucinantes, pois fica no meio da montanha, com cânions e morros belíssimos.

Bom, o frio tava lá. A antena também. Mas as paisagens... impossível de ver atrás da neblina monstro que caiu sobre Urubici!

Apesar da "propaganda", nenhuma das edições anteriores tinha sido exatamente fria como esperavam os organizadores. Mas parece que nessa as expectivas finalmente seriam alcançadas. Chuva e frio, uma prova que prometia ser inesquecível (e o conceito de inesquecível não é exatamente bom).

Larguei num ritmo tranquilo, afinal tinha muito chão pela frente. E que chão! Quando saímos para a área rural, começou a chover mais forte. Justamente no trecho onde não havia mais asfalto, só terra e grama. O tênis já estava totalmente encharcado antes do 7º km. As subidas eram impossíveis de serem feitas mesmo para um carro 4 x 4, o que se dirá de pobres corredores 2 x 2 com muito menos cavalos de potência??

Derrapava no barro. Eram 3 passos para frente e 2 para trás. Atravessar rio por cima de uma pinguela (ou tentando nadar, como fez o Paulinho Lacerda). Pisar na grama e afundar a perna até o joelho. Parar para olhar a Cachoeira Véu de Noiva. Nos trechos normais, eu alcançava e até chegava a ultrapassar a Cinthia.

Nos trechos off-road, o contrário. Até que enfim chegamos à subida propriamente dita, pela estrada. Ali dava pra correr. Era inclinado, subida, mas era asfalto. Contei com a companhia do famoso ChicoMaratona, com suas 80 maratonas no currículo e uma horrível camisa do Grêmio por cima de todos os agasalhos.

Subia e ia ficando frio, frio, frio. Estávamos cruzando a neblina, as nuvens e chegando no pico da Serra mais fria do Brasil.

Enfim, o topo. Sensação térmica de -5ºC! E a delicada descida da volta, o que mais me amedrontava. Porque descer pelo barrancal todo ia ser difícil. Mas descobri que o caminho não se repetia. Passávamos por outros barrancos, muuuito piores... caí umas trocentas vezes. Tinha lama até dentro da orelha. Em um dos quilômetros cheguei a fazer 22min/km! Perdia o tênis na lama, tirava o pé, tropeçava, caía, sentia cãimbra nas costas, no peitoral, voltava a correr, caía de novo, escorregava... descer foi muito, muito mais lento do que subir.

E quando finalmente chegou o plano, ainda faltavam uns 08km para chegar. Eu trotava a xingava a maldita hora em que tinha topado fazer aquilo. Ao mesmo tempo estava feliz, porque sabia que ia completar, o pior já tinha passado e estava relativamente bem, cansado, mas longe do limite da exaustão.

Quando cheguei na cidade, ouvi passos atrás de mim. Um corredor se aproximava e... oras bolas, faltando 1 km pra chegar eu não ia perder mais uma posição! Não agora em que pelo menos conseguia correr! Fiz esse 49º quilômetro em 4min55!! O interessante é que a corrida não tem 50km. Porque a gente passou pela marca do 50ºkm e a chegada não estava lá!!! Na verdade, ainda ia me arrastar por mais 1km até chegar de verdade, tempo em que ainda consegui ultrapassar um corredor que, basicamente não tinha mais pés...

Inenarráveis 07h14min21s!! E mais um desafio cumprido. Posso afirmar com certeza que o banho que tomei após a corrida foi o melhor banho de toda a minha vida... e o lanche então? Coxinhas, salgadinhos... o duro era andar até lá!



25 k da Corpore 2008

Mais uma corrida de tune-up para Urubici. A idéia era chegar mais cedo, fazer 10k antes e completar os 25k da prova, com 35k no total. Levando mochila de hidratação e tudo.

A corrida foi realizada em um clima razoavelmente quente para o mês de maio e deu para dar uma sofrida na Politécnica. Ou melhor, duas sofridas, já que os 25k eram feitos em 2 voltas de 12,5km, já que havia uma corrida "solo" e um revezamento em dupla. No entanto, o condicionamento estava bom e não foi tãããão sofrido assim, terminei bem e inteiro, ainda mais se considerar que tinha feito uma maratona poucos dias antes.

Tempo líquido de 2h24m56, lembrando sempre que esse é o tempo dos 25k após o "aquecimento" de 10k. Foi bom, rodei a 5min47s, sem me desgastar.


Maratona de São Paulo 2008

Por conta da idéia maluca de estrear em ultramaratonas com a absurda prova de Urubici (mais uma do rol dos "Desafios em subida"), teria que encarar a minha segunda maratona... como treino! Fazer uma maratona como treino já demonstrava um grau avançado de insanidade.


Mas, sob um outro ponto de vista, ia ser interessante fazer a Maratona de São Paulo "sem responsabilidade". Uma prova difícil, complicada sob o ponto de vista de altimetria, embora neste ano estivesse perfeita sob o ponto de vista climático. Frio e uma garoinha para refrescar. O planejamento era fazer 32 kms como treino e parar ali. Corremos ainda com mochila de hidratação, para emular as condições de Urubici. Foi o que fiz, fechando os 32km em 3horas, uma marca boa. Se continuasse nesse ritmo ou até mesmo um pouquinho mais devagar, mas controlado, talvez daria para baixar a marca de maratona. Mas talvez não, e o esforço não seria interessante para o objetivo real.


Fechar em 4h47min52s não era referência. Mas é interessante saber que mesmo parando por uns 15 minutos e caminhando o resto da prova, ainda assim fiquei à frente de muita gente. E tive a oportunidade de ver com mais clareza a batalha que era uma maratona para os mais lentos. Nuossa!!!



segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Abertura Corpore 2008 - 12k

Mais uma Abertura Corpore. Prova nada memorável: 1h02m50s

Triathlon Internacional de Santos 2008 - 10k

No ano anterior eu havia participado do Triatlhon Internacional de Santos no revezamento, nadando, aproveitando o meu razoável desenvolvimento de natação em mar aberto. Nossa equipe não tinha pretensão alguma, mas acabou indo pior do que imaginávamos, primeiro porque nadei muito mal, 32min para 1,5km, culpa de uma noite horrivelmente mal-dormida no pior hotel de Santos, e segundo porque o João Marcelo teve um pneu furado e uma queda. Só o Evandro se salvou na corrida.

Neste ano, fui escalado para correr. O Tet ia nadar (e ele é um nadador muito melhor do que eu) e o Frédson ia pedalar, numa MTB. Mais uma vez faríamos o revezamento sem pretensão alguma, só para participar e fazer o nosso melhor.

De fato, o Tet nadou bem. E o Fredson até pedalou bem numa MTB de aro 24, fazendo muita força, mas ainda assim ficando á frente de muita speed por aí. Na minha hora de correr, o tradicional forno de Santos. Sol a pino, calor no máximo e umidade de 110%!! Mas tive a honra de correr com um pacer, o velho Césão que tinha feito PoA comigo e que tinha ido até Santos à toa, já que sua equipe de revezamento acabou tendo problemas. Ele saiu puxando e fui junto... fechamos 5k para uns 22min. Só que quando deu o 7º km ele parou e aí fiquei sem pai nem mãe. E sem fôlego também... tive que diminuir o ritmo e acabei fechando em 48m42s. Uma pena, se tivesse mantido ou reduzido menos, baixava o meu tempo de 10k.

Mas considerando que era início de temporada, foi um belo tempo. Precisaria de muita perna no ano mesmo, já que tava pensando em dar mais um passo além. Após maratona, o que tínhamos?? Ultramaratona, é claro...

São Silvestre 2007

Já tinha viajado em novembro e dezembro seria um mês de "retiro". Basicamente por falta de grana após casar e montar casa...

E já que não ia viajar... São Silvestre!!! Na verdade, também fizera a Corrida de Natal da Corpore, mas como participara sem inscrição, só para levar a Alessandra para correr e ver se ela gostaria da coisa, não contou na contagem. Aliás, não, ela não gostou...

Mas vamos à São Silvestre. Não estava exatamente em boa forma, mas acreditava que poderia fazer uma corrida pelo menos razoável. Fui com uma expectativa modesta, de 1h25 mais ou menos. No entanto, a São Silvestre daquele ano se revelaria uma prova complicada.

Larguei firme e segui firme, mas devo confessar que lá pelo 9º km já estava meio pregado. Muito calor, muito quente, muita gente! Na subida da Rudge, um inferno e uma moça cambaleando à minha frente. Cambaleou, balançou e desabou, nos meus pés. Foi feio o negócio, tinha que ajudar, né? Um grupo de 3 ou 4 corredores parou para ajudar, entre eles eu. Tentei descer no contrafluxo para encontrar auxílio, mas era impossível, era como tentar subir nadando as Cataratas do Iguaçu. Passei a ajudar de outra forma, tentando desviar o fluxo monstro de corredores da mulher caída, até aparecer um outro cara para ajudar. Então tentei achar apoio médico, policial, sei lá, alguém! E ninguém aparecia, um inferno, o pior ponto para desmaiar, porque era uma região onde o fluxo afunilava e ficava preso pelas bordas do viaduto. Não havia saída.

Durante longos 15 minutos fiquei por lá, tentando ajudar, até que 4 políciais pareciam ter a situação sob controle. Ou, pelo menos, estavam em melhores mãos do que eu. Fui-me embora, com a corrida comprometida, sem dúvida. Mas um tantinho feliz, se é que posso falar de felicidade numa situação dessas, por ter uma desculpa para o meu tempo horroroso... 1h39min40s.

Acumulado no ano: 192km

Integração Trilopez 2007 - 4,6km

Mais uma prova de festa da Trilopez, a primeira e até hoje única a contar com chip de cronometragem. Mais uma vez, calor, sol, e bafão úmido no muro da Marginal. Nessa prova tive a companhia da minha irmã Mary e da Alessandra. Por isso, e também por causa do chip, quis correr bem. Fiz um 22m08s, com 4min48s/km, bem razoável para quem tava fora de forma, recém-casado. E ainda ganhei premiozinho de maratonista do ano da Trilopez, pela excelente estréia. Lógico que não fui o melhor maratonista, mas ganhei por ter conseguido a melhor performance possível para mim e também porque os outros maratonistas destaque já tinham ganho outros prêmios, caso dos Conradeiros Paulinho Lacerda, Marcelo Jacó e Eduardo Brunetti e dos premiados pelo volta ao mundo Alê Oliveira (também Conradeiro) e Edith.

Volta da USP 2007 - 10k

Após as realizações do ano, com recorde nos 10k, recorde na meia, primeira maratona e pódio, não tinha mais nada a conquistar. Então chegou a hora de me divertir correndo, fazendo provas descompromissado, para conhecer.

Foi o caso da tradicionalíssima Volta da USP. Como Uspiano, seria uma vergonha eu ser corredor e não fazê-la! Então resolvi encará-la, mesmo cansado, longe do condicionamento ideal. Não foi uma prova fácil por dois motivos: o calor que tostava a gente às 16h00 e a subida da Biologia no meio da prova, que teve chegada no velódromo.


53m25s, com sprintizinho no final para chegar na frente da Gisele, uma de nossas "quenianas" da Trilopez. Foi divertido.

Revezamento Bertioga-Maresias 2007

O Noneto de Ouro. Ou algo parecido, sei lá. O que sei é que o Charles tinha a intenção de conseguir um pódio de qualquer jeito. E o revezamento era forma mais fácil de fazê-lo. Era só botar um bando de animais correndo nos trechos mais difíceis e fazer a nossa parte na parte que nos caberia. Eu concordei. Mas não fazia parte do conceito de animais.

Sem problema, o que importava era formar um time bom, rápido, mas legal. Que adiantaria, por exemplo, ter o recordista brasileiro dos 5.000m na equipe se ele fosse um mala? Logo que isso não fazia parte de nossa realidade, mas a idéia era essa.

Os convocados foram: Charles, Camacho, Fredson, Tetéu, Paulo Elias, João Marcelo, Fábio Oliveira, Sidão e eu. Dentre esse todos, reconhecidamente o mais lento. Então, bota o japonês pra fazer o trecho mais curto, de 5,5km, para não comprometer muito a equipe.

Acho que deu certo e não comprometi. Pelos cálculos do Charles, precisávamos de uma média de 4min43/km para pegar pódio. Pois bem, com os meus 5,5km para 25min52s fiz... 4min42s/km! Em cima!! Aliás, todo mundo fez sua parte, dentro do possível. Mesmo aqueles que não conseguiram o pace, foram compensados por outros que o alcançaram com sobra. No último trecho, o mais difícil, com a temida subida de Maresias, largamos com o Camacho em 5º e o 6º perigosamente próximo. O animal fez o impossível e tirou mais de 5 minutos de diferença do 4º e do 3º. Só que o esforço foi demais. Na reta de chegada, na areia fofa e pesada ele acabou perdendo por poucos segundos a posição ganha e acabamos fechando em 5º mesmo.

O que interessava, no entanto, estava garantido: o pódio!!! 5º lugar na categoria noneto e um troféu de babar!!

Centro Histórico Corpore 2007 - 9k

Mais uma vez a bela prova do Centro Histórico. Não precisava e nem deveria fazer, mas é uma prova tão gostosa que fui lá. O corpo já tava cansado do esforço, mas tentava me manter com velocidade para um novo desafio no ano, mais curto e rápido, que era o Revezamento Bertioga-Maresias, com uma equipe que sonhava com pódio na categoria noneto.

No Centro Histórico ainda sentia os bons efeitos do treino da Maratona de Porto Alegre. Fiz em 44m25s, meu melhor tempo na prova até hoje, um sub 5min/km bem justo. Dava pra ver que eu já não era o mesmo do Nike+, mas ainda tinha uma lenhazinha para queimar.

Meia de São Bernardo 2007

Ainda aproveitando o condicionamento adquirido pela Maratona de Porto Alegre, e mantido para o Desafio Castelhanos, fui para a Meia de São Bernardo querendo baixar o tempo de meias. Apesar do percurso difícil, a temperatura estava ótima, com uma garoinha que facilitava as coisas.

Saí firme, em um pace pouco acima de 5min/km. Se conseguisse manter, ia pulverizar o meu recorde. No quilômetro 5, no entanto, o Xile me passou como se eu nem existisse, voando e causando comentários do que viam aquele chileno gordinho correr que nem um queniano. De repente eu não estava correndo assim tão rápido... de qualquer modo me mantive firme em meu ritmo e fui encarando as subidas, descidas, subidas, descidas...

Então comecei a pagar o preço das competições acumuladas. As pernas começaram a sentir cansaço e na subida da Piraporinha quebrei. Tive que diminuir o ritmo e seguir com o coração. Ainda tinha uma grande vantagem para o recorde pessoal e o ritmo ainda permitia sonhar com uma meia abaixo de 1h50min. Isso me manteve vivo e me fez continuar tentando. As subidinhas do Jardim do Mar pareciam Everests a serem escalados! Ufff! Cheguei na Kennedy com um tempo justo para 1h50, não podia diminuir o ritmo, mas tava muuuito difícil correr, mesmo no plano. Na placa de 20km, tinha uns 5min20 para fechar os últimos 1.100 metros. Fui, sei lá de que jeito... no retorno para a chegada, faltando uns 100m o tempo tava justo demais, tinha que sprintar. E sprintei. E senti a cãimbra na panturrilha. Travou tudo e eu não podia parar. Fui correndo-mancando o mais rápido que dava, desesperado para fechar em... 01h50min01s!! AAAAAAGHHHH!!!

Essa marca ficou um tempão entalada na garganta. Novo recorde pessoal, mas por dois segundos...

Desafio Castelhanos Topo 2007 - 24k

O Desafio Castelhanos foi a motivação para continuar treinando após a Maratona. Depois de ter feito o trecho de Castelhanos no revezamento, fiquei vidrado com aquela subida magnífica, nem tão íngreme, mas constante e que cruza um trecho de mata atlântica belíssimo por uma estrada de terra nem sempre regular.

Esse foi o primeiro desafio que a Corpore organizou com base em sua experiência em trechos difíceis do revezamento. Foi uma prova piloto, realizada em um final de semana de julho, com estrutura própria e não vinculada à prova de revezamento. Por isso, os poucos corredores que se inscreveram, não mais do que 100, se sentiram verdadeiros vips, já que provavelmente havia mais gente no staff do que correndo.

A prova foi extremamente bem organizada, um capricho que a Corpore iria repetir nos anos seguintes. Eu não tinha condições físicas de fazer a corrida inteira, que iria até a praia de Castelhanos, em um total de 44k, então fiquei mesmo pelos 24k, o que já era um desafio e tanto.

Foi uma corrida sensacional. Já com alguma experiência em subida, larguei mais fraco e deixei o corpo encontrar o ritmo ideal na subida, se acostumando com o esforço e estabilizando batimentos. A partir desse momento comecei a passar os corredores que saíram mais fortes e pagavam o preço disso no meio da subida. Nesse ritmo constante e controlado, lento o suficiente para correr com um nível estável de bpm, e rápido o suficiente para me manter em progressão, cheguei a passar e Edith e o Frédson, quie são notadamente mais rápidos do que eu.

Contudo, da mesma forma como sou bom corredor em subida, sou péssimo em descida. As pernas curtas não dão abertura suficiente para voar a cada passada de modo a ganhar terreno. Foi só fazer o retorno e começar a descer que todos aqueles que eu passara na subida começaram a me passar de volta na descida.

O meu único trunfo era o fato de não ter ficado cansado na subida. Tava inteiro e, dentro do possível, passei a desenvolver a maior velocidade que conseguia na descida. Percebia que muitos tinham se matado na subida e quando tinham começado a descer, tinham soltado tudo, aliviados. No entanto, descer também cansa e logo alguns desses corredores começaram a sentir a estafa e tiveram que diminuir o ritmo. Fui passando-os pouco a pouco. O Frédson que tinha me "devolvido" a ultrapassagem foi um dos que passei já no trecho plano final, faltando pouco mais de 2km para a chegada. Ele já estava meio quebrado.

O que me mantinha motivado era tenta ficar à frente da Edith. Ela eu sabia que tinha se poupado demais na subida para voar na descida. Por isso tinha ficado tanto para trás até o topo. Eu tinha que administrar a vantagem que tinha conseguido impor. E consegui, ficando alguns segundos à sua frente na chegada. Ela, aliás, passou o Frédson nos 500m finais.

Um excelente tempo de 2h12min46s para 24km, que representou um pace de 5min31/km. Para isso, tive que descer a uns 4min20/km, para compensar a lentidão da subida. Excelente! E mais um desafio cumprido, em uma das minhas melhores performances até hoje.


Desafio Mata Atlantica 2007 - 7,5km

Após a maratona, um dos grandes fatores motivadores para continuar treinando e não relaxar completamente era a vontade de fazer o Desafio Castelhanos que a Corpore havia criado naquele ano. Por evidente não tinha condições de fazer a prova completa, mas queria fazer o Desafio Topo, que consisitia em sair da Vila de Ilhabela, subir até o topo do morro de Castelhanos e voltar.

Precisava, portanto, treinar subidas. E então desobri o Desafio Mata Atlantica, uma versão condensada, menos extensa mas muito mais densa da Graciosa. Porque a idéia era a mesma: subir a serra do mar por uma estrada antiga, no caso, a Estrada Velha de Santos. A diferença é que enquanto a Graciosa tinha 14km de subida, esta tinha 7,5km. Praticamente o dobro da inclinação, se considerarmos que a elevação "escalada" era a mesma.

A organização foi igualmente excelente: ônibus transportavam os corredores do alto da serra até a largada, em Cubatão, no sopé da Serra do Mar. Havia banheiros e água a cada quilômetro! E a inclinação realmente era dura, muito dura. Foram 7,5km onde em alguns momentos era difícil prosseguir andando, imaginem correndo! Parecia uma subida da Biologia multiplicada por 07 e ainda mais íngreme!

57min06s para 7,5km!! 7min28s/km!! E eu não andei em nenhum momento, embora chegasse a ser até ultrapassado por caminhantes em algums momentos. De qualquer modo, foi ótimo, um excelente desafio de subidas superado. E um chocolate quente no final, que serviu para animar a volta para casa.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Nike + Corpore 2007 - 10k

Dei uma descansada depois da Maratona, mas não mais do que uma semana. Mantive-me treinando, mas sem muito foco, só aproveitando o bom condicionamento adquirido. Apesar do esforço, não me sentia cansado depois da Maratona, queria continuar correndo, mas sem a neura do resultado.

Foi assim que fui para a prova Nike +, da Corpore. Uma prova de 10k simples, onde fui para correr simplesmente. Nem levei cronômetro. Na largada, quando vi a muvuca formada, resolvi adotar uma tática bizarra: ia deixar todo mundo largar, ia deixar passar uns 5 minutos e só aí ia sair para correr, com a pista livre. Mesmo quando chegasse nos retardatários, eles estariam mais dispersos e fáceis de ultrapassar. E assim aconteceu, corri livre a prova inteira, forte, mas solto, sem me preocupar com tempo.

Quando terminei não tinha idéia do tempo que tinha feito, já que não sabia com quantos minutos de prova eu havia largado. Só fui descobrir em casa, depois, quando olhei os resultados no site. E lá estava derrubada a barreira dos 50min para os 10k. Derrubada com sobra: 48min25s, 4min50/km!! Sem querer, querendo!!

Maratona de Porto Alegre 2007

Finalmente a primeira maratona. Três meses de treino bastante duro, alguns quilos que foram embora naturalmente, e a sensação de estar bem preparado.

Foi na preparação dessa maratona que meu condicionamento físico deu um grande salto. A progressão até esse momento era dada em pequenos passos, medida em poucos segundos. Mas para essa prova ganhei resistência e velocidade, força e coordenação. O trabalho foi bem feito, e o planejamento idem. A minha perspectiva para a prova era de um tempo na casa das 4 horas e alguns minutos. Até 04 horas e meia seria uma boa prova, mas como não sabia como o corpo reagiria a um esforço tão longo (os longões tiveram pico de 32 km), não arriscava nada.

Porto Alegre estava com um clima excelente para a prova: algum sol, mas temperatura bem baixa. Os colegas envolvidos também estavam confiantes. Um pouco antes da largada fui ao banheiro preventivamente e... escutei a sirene da largada de dentro do banheiro químico! Sai meio apressado, mas sem pavor, já que o que importava era o tempo líquido. De qualquer modo, não me atrasei muito, não haviam muitos maratonistas e sai apenas um pouco atrasado em relação aos colegas de equipe. Segui o planejamento para correr entre 5min30 e 5min40/km, mas boa parte dos meus laps apontaram o pace de 5min36/km. Fiz pelo menos ums 25 km com esse pace preciso.

No entanto, no 14º km o primeiro revés. Sentia um incômodo no pé, uma bolha se formando. Parei para dar uma mijadinha e tentei arrumar o pé, mas não deu certo. O incômomo virou efetivamente uma bolha e passou a me atrapalhar bastante. Mas até aí tudo bem, vinha me distraindo, conversando, correndo junto com o César e o Frédson. Após essa parada fiquei um pouco para trás mas continuei os vendo, nas longas retas da maratona. Por volta do km 32 eu alcancei e passei o César e não vi o Frédson. Depois soube que ele também tinha dado um pit-stop no banheiro na marca da meia-maratona. Tirando a bolha, me sentia ótimo, mas o César pareceria cansado. Deixei ele para trás, mas alguns quilômetros adiante ele me alcançou e fomos juntos, contando os quilômetros. Naquele momento a maratona já parecia uma praça de guerra, muitos andando, muitos se arrastando, poucos pareciam estar bem.

No quilômetro 35 deixei o César para trás de novo, mas mais uma vez ele me alcançou, um quilômetro depois. Eu não mudava o meu ritmo, ele é que diminuia e depois fazia um esforço para me alcançar. Comecei a me sentir cansado lá pelo 39º quilômetro, quando novamente perdi a companhia do César. Mas já estava perto da chegada e me mantinha concentrado no ritmo, porque estava correndo sub-04. Só que agora, correr a 5min35 já nao era muito fácil, pelo contrário. E não tinha mais o César para puxar ou estimular.

Fui indo, me matando, a bolha parecia uma úlcera a atravessar o meu pé, mas eu queria aquela maratona sub-04. Completar já estava no papo, mas queria faze abaixo das 04 horas, tava muito próximo para desistir e muito justo para relaxar. E eis que, no km 41,5, já com a certeza do sub-04 horas, o Highlander César aparece novamente, tirando forças não sei de onde (ele estava bem atrás) e me alcança! E me passa, cruzando a linha uns 10 segundos à minha frente. Não tive forças para dar um sprint e nem me interessava, já tinha alcançado a maratona sub-4!! 3h59min04s!! A prova perfeita.

Lógico que depois de cruzar a linha de chegada eu mal conseguia andar. Não só pela bolha, mas por dores no pé porque mudei a pisada. Mas, tudo bem, o que importa é que eu tinha feito a minha primeira maratona e em um tempo muito melhor do que imaginava ser capaz!!


Meia Maratona do Shopping ABC 2007

Enquanto todo mundo foi para a Meia da Corpore, no mesmo dia e horário, resolvi ir até a terra de minha doce Alessandra e correr uma prova diferente. Afinal, já conhecia a Meia da Corpore e já tinha tirado a nhaca que tinha sido a prova de 2005. A única necessidade era, realmente, a de fazer uma meia maratona como preparação para a Maratona de Porto Alegre, o grande objetivo do ano.

Ocorre que tive um "pequeno" probleminha nessa prova. A prova sai do Shopping ABC, na Pereira Barreto, e segue na Perimetral em direção a São Caetano. Quando chega na divisa, na baixada, faz-se o retorno e volta-se pela Perimetral em sentido a Mauá, passando de novo pelo Centro. Ali, os competidores da prova de 10k voltam ao shopping, enquanto os meio-maratonistas seguem. E foi justamente ali onde quase sucumbi á vontade de ir ao banheiro. Não era uma daquelas necessidades resolvíveis em um murinho não, a coisa era mais séria. Segurei, segurei, segurei, segurei a vontade de voltar pro shopping e continuei na perimetral na esperança de achar um McDonald´s aberto...

Não achei, obviamente. E continuei sofrendo, sofrendo... no entanto, um milagre. Lá pelo km 13, passou tudo! Justamente no pior momento da prova, que é um trecho da perimetral onde os corredores ficam confinados em uma faixa, enquanto caminhões passam ao lado nas faixas enfumaçando-nos.

Para varia, calor. E uma chegada triunfal, com 1h55min36s, com direito a sprint direto pro shopping, onde fui, finalmente, aliviar o peso...

Abertura Corpore 2007 - 12k

Era a terceira prova de Abertura da Corpore que faria, e uma esperança de fazê-la abaixo de uma hora, em um ritmo sub 5min/km. Embora não tivesse nenhuma prova nesse ritmo, sabia que era possível pelos treinos que vinha fazendo.

E foi por pouco. Saí com o André Allain, com o Betão e com o Fábio Oliveira, tentando acompanhar o ritmo deles, mas acabei sucumbindo na Politécnica, a avenida mais calorenta das provas da Corpore, disparado! Uma pena, porque se tivesse segurado um pouco mais no começo e administrado melhor o ritmo, acho que dava. Acabei fazendo 1h01min54s e essa é minha melhor marca na prova até hoje.

Aniversário de São Paulo 2007 - 10k (e Internacional de Santos nadando)

O ano de 2007 seria mais um ano de dessafios. Já tinha consolidado em minha cabeça a possibilidade de correr uma maratona, após 05 meias-maratonas realizadas. Já tinha provado a minha resistência na Graciosa. Agora chegava a hora de tentar a primeira maratona.

Mas o ano começaria de forma mais calma, logicamente. A já tradicional prova do dia 25 de janeiro, da qual eu nem ia participar, mas que fui convocado a fazer de última hora, no lugar do Betão. Tava em fase de base, tava pesado e fiz em 53m22s, um tempo medíocre, mas normal, até porque tava mais treinando natação do que outra coisa, já que logo depois fiz o Triathlon Internacional de Santos no revezamento, nadando em uns 32min os 1,5 km, tempo bem ruim depois de uma noite pessimamente dormida no hotel fuleiro que achamos em Santos (tava esperando uns 29 min), especialmente porque o mar tava bem flat.

SP Open Biathlon 2006 - 5ª etapa - Super Bi

A etapa final. Deixei de lado a 4ª etapa por conta da viagem ao Canadá e porque tinha um descarte possível. Dei sorte e fiz bem, porque foi uma etapa difícil, com água fria e correnteza. Talvez melhorasse meu tempo em relação à 1ª etapa, mas não gostaria de fazer o descarte de uma etapa que vale mais (a 1ª e a última têm pesos maiores).

Talvez desse para pegar um pódio na categoria. Talvez não. Precisaria competir bem e fazer pontos. E fui, então, com sangue nos olhos. Para ajudar, dois amigos de faculdade estavam lá competindo também e eu não poderia fazer feio.

O tempo tava quente, mas a água estava totalmente flat. Fiz a minha melhor natação, com 20m01s, e na corrida saí forte. Forte demais até, a ponto de vomitar no final, tentando pegar um cara da minha categoria que estava logo á frente. Não deu, fechei a corrida em 32m48s, mas não teve importância, porque garanti a 5ª colocação no campeonato e o pódio. O primeiro pódio em competições na minha vida!


Foi também a última competição do ano. Acumulado em 2006: 204km, com 3 meias-maratonas e um pódio em biathlon



Meia Maratona de Toronto 2006

Sobre Toronto, a matéria da Contra Relógio diz tudo: aqui.


Desafio da Graciosa 2006 - 20k

Após Castelhanos passei a ter certeza que queria enfrentar todo os desafios em subida do pedestrianismo brasileiro. E uma das provas mais interessantes e desafiadores é o Desafio da Graciosa: uma corrida em 20km na belíssima estrada da Graciosa, no Paraná, a cortar a Mata Atlântica e a Serra do Mar para chegar no planalto Curitibano. Saindo de Morretes, no litoral paranaense, eram 14km de subida direto e outros 06km em sobe e desce até chegar no portal da estrada, onde dá acesso à Regis Bittencourt.

Quando criança ja fizera essa estrada de carro e sabia que era pedreira. Imagina correndo? Tudo o que queria! Desafio à vista!! A vontade era tanta que em abril eu já estava inscrito para a prova, que ocorreria só em outubro!

A organização da prova, a cargo da Procorrer, é exemplar. Transporte desde Curitiba até a largada, abastecimento adequado, massagem e kits de corrida razoáveis no final, além de indicação de quilometragem e inclinação! Uma prova e tanto. Pra começar, nessa época sempre chove na região. Subir em piso de paralelepípedo na chuva não é exatamente a coisa mais fácil do mundo. Alguns ciclistas que acompanhavam a prova tinham mais dificuldade que os corredores para subir.

Alem disso a subida é realmente constante. Não tem um respiro, nada! Em Castelhanos há alguns platôzinhos planos onde se dá algum alívio para a musculatura. Aqui, não! Só muda a inclinação. Tanto esforço constante cria uma situação peculiar. Quando finalmente se alcança o final dos 14 km de subida é difícil correr no plano, porque a musculatura tá toda travada. E quando se enfrentam as discretas inclinações no final da prova, sofre-se mais do que durante a subida e seu ritmo constante!

No final, 20k em 02h08min36s. E o gosto da sensação de um desafio vencido. Até então, o maior da minha vida de corredor.

Corrida do Centro Histórico Corpore 2006 - 9k

Centro Histórico, mais uma no cardápio de provas tradicionais que precisam ser feitas eplo menos uma vez na vida de qualquer corredor paulistano. E, mais uma vez, estava em "minha casa", o Centrão Velho, onde estudei, onde trabalho, que é meu segundo lar desde 1993.

Uma corrida interessante, uma experiência quase sociológica. Com concentração no Anhangabaú, com os mendigos de plantão sendo incomodados uma vez ao ano por aquela turba de corredores madrugadores, ela passa por pontos importantes do Centrão, como o Viaduto do Chá, Avenida São João, Avenida Ipiranga, esquina famosa respectiva, Páteo do Colégio, Praça João Mendes e Tribunal de Justiça. Analisada sob o ponto de vista estritamente técnico, não é uma prova tranquila. Tem variação de piso, subidas e descidas discretas mas que quebram o ritmo e alguns pontos de afunilamento.

Fiz um 46min09s nessa prova com um ritmo de 05min07s/km. Quase na barreira dos 05min/km. Quase.

Meia Maratona de São Bernardo do Campo 2006

A Meia de São Bernardo era outra das provas que sempre quis fazer. Muito por conta de minhas raízes batateiras, correr na "minha" cidade, onde cresci, onde vivi toda minha infância e adolescência. Melhor, só se passasse pelo meu bairro, mas em termos de organização não acredito que fosse uma boa.

De qualquer modo, tava lá, largada na Kennedy, o Paço Municipal, Marechal Deodoro, Prestes Maia, Brastemp, Anchieta, Assunção, o MESC (era sócio na época) e a temida subida da Piraporinha, além do trecho do Jardim do Mar. Uma prova difícil, cheia de subidas e desníveis, que quebram muito os corredores, mas com uma grande vantagem: como ocorre em agosto, geralmente o clima é perfeito para correr, com frio e, vez por outra, uma garoinha ocasional.

Nesse sobe-e-desce todo, baixei meu tempo de meia para 1h53min46s. E saí feliz da vida por ter feito isso numa prova difícil, na "minha" cidade.


Bombeiros Corpore 2006 - 10k

Mais uma estréia em provas tradicionais do calendário paulistano, desta vez a prova dos Bombeiros, no Ipiranga. Perto de casa o suficiente para ir pedalando, a prova tinha e tem como grande diferencial a subida da Nazaré, temida por muitos, amada por outros, enfrentada com esforço por todos.

A melhoria do condicionamento continuava visível e constante. Pouco a pouco ia comendo segundos aqui, minutos ali. A prova dos Bombeiros não é uma prova favorável para se fazer tempo, em especial quando se enfrenta uma chuva monstro como a que caiu logo após a largada (me pegou no km 05). Ainda assim, mais uma vez, baixei o tempo dos 10k para 51min47s, 5min10/km.


SP Open Biathlon - 3ª etapa 2006 - Super Bi

Mais um biathlon. Nessa altura do campeonato a idéia era fazer todas as etapas e ver se dava para alcançar uma boa classificação no final, já que o pódio na etapa tava descartado: teria que melhorar muito a corrida e nadar mais rápido do que se estivesse na piscina, na casa dos 18min/1000m. Na época conseguia uns 19min, então a tarefa era bem difícil.

Apesar de friozinho em São Paulo, a temperatura tava ótima em Santos. Não tinha um sol escaldante, mas a água não estava fria. Notei um pouquinho de correnteza para esquerda e isso já era uma vitória, já que nas outras etapas eu nem conseguia perceber isso...

Nadei o km para 21m27s, baixando mais uns 2 minutos a natação. E desta vez consegui correr no mesmo ritmo da 1ª etapa, fechando em 32m43s os 06k e o biathlon em 54min10s.

Corrida do Barro Branco Corpore 2006 - 6,6km

A corrida do Barro Branco, que hoje, infelizmente, não mais faz parte do cardápio de corridas paulistanas da Corpore, é uma das provas mais desafiadoras para iniciantes interessados em uma corrida diferente. E isso por conta das subidas da Cantareira que ela oferece para as suas vítimas...

Saindo do final da Engenheiro Caetano Álvares, os corredores têm uns 500m de relativa tranquilidade até chegarem as pirambas. Sobe, sobe, sobe, sobe, chega lá em cima, sobe, desce, sobe, desce... depois desce e dentro da academia desce mais um pouco e sobe até a chegada, pra estourar todas as fibras da panturrilha. Uma corrida pra deixar qualquer iniciante com o coração na boca.

Essa foi a única edição que eu fiz da prova, com 36min41s para os 6,6km. Um tempo bom, uma prova gostosa de se fazer, prazer e sofrimento comprimidos em uma distância relativamente curta.

SP Open Biathlon - 2ª etapa 2006 - Super Bi

E lá vamos nós para a segunda etapa do SP Open... Desta vez, com óculos de natação com grau. Minha natação e meu condicionamento geral estavam melhores. Além disso, haviam menos atletas, apesar de ter sido  uma prova ainda em clima quente, apesar de ser em maio.

Ainda não nadei bem, mas pelo menos não nadei em zigue-zague e nem fiquei preso embaixo da bóia. Também melhorei a performance no tocante ao administrar o ritmo de natação. Mas continuava morrendo após sair da água... os resultados, portanto, foram muito melhores na água, mas corri muito pior, culpa da areia que entrou no tênis na transição, criando bolhas tenebrosas no peito do pé.

23m40s para o 01k de natação (cinco minutos abaixo) e 33m28s para a corrida de 06k (1 minuto e meio pior). No total, 57min08s, um resultado bem melhor.

Revezamento Ilhabela Corpore 2006


As provas de revezamento são um fenômeno nacional, que refletem bem a característica gregária dos brasileiros. Em outros países também existem, evidentemente, mas no Brasil ganharam um fôlego e uma notoriedade muito mais destacada. Afinal, é uma forma de tornar um esporte eminentemente individual em uma forma de atuação em equipe.

Planejar os carros da equipe, os lanches e bebidas, os corredores de cada trecho, a forma de comunicação entre os carros, acertar os pontos de encontro, acertar os próprios componentes da equipe, de forma a existir uma sinergia e uma cooperação entre eles, tudo isso só tem em prova de revezamento. Por isso é que Ilhabela 2006 foi especial. Foi a primeira prova de revezamento "de verdade", com vários membros, toda uma logística a planejar... e eu ia passar mais de 10 horas com esse pessoal todo, a maior parte do tempo confinado em um carro. Não dava para ser com qualquer pessoa. E não foi.

Para nadar, um dos melhores: Fábio Ubatuba. Para capitã, uma das corredoras mais ritmadas que conhecia: Sandrinha Lopez. Para correr tínhamos um animal, o Camacho, corredor de 37min/10k e um bando de pangarés felizes e esforçados: Charlão, Fabião Oliveira, Pedrão e Ana Paulinha. E eu, de reserva, para fazer o trecho mais pedreira de todos, Castelhanos, um trecho de 06k subindo e 06 descendo de volta.

A corrida foi especial, uma bagunça o tempo inteiro! "Pega a cabelinho", sonzão no talo, transição da natação para a corrida noiada pelo Ubatuba, Camacho voando, e eu sofrendo sozinho naquela subidona de Castelhanos... e adorei! Nossa colocação não importava muito, mas até fomos bem no geral, melhor até do que a expectativa individual de cada um. E eu fiz os 12k em 1h13min31s, numa performance só razoável na tábua de classificação do trecho, mas excelente para mim, já que geralmente as equipes colocam os melhores para fazer essa subida.

Mas o mais importante foi o estreitamento dos laços de amizade entre os malucos da equipe, não só na prova, como também no pós-prova, já que tava quase todo mundo na Pousada da Mara... coitada da Mara...



Meia Maratona da Corpore 2006

A corrida que tinha me quebrado no ano passado era o monstro a encarar. Só que, desta vez, muito mais bem preparado, com treinos focados em meias, fazendo longões, tiros, intervalados, planejamento pra prova. Não foi um planejamento completo porque tinham os biathlons no meio, mas estava em uma fase de começo de treinos sérios.

O resultado foi totalmente visível. Não só baixei de 2h10, como pretendia, como fiz sub-2h: 1h55min38s, em uma prova ótima, ainda que com muito calor. Mas desta vez não tive fratura por stress, não desabei de exaustão no final... começava a me sentir bem em provas mais longas...

SP Open Biathlon - 1ª etapa 2006 - Super bi

Resolvi também me arriscar em biathlons, já que tinha a intenção de passar pro Triathlon um dia. Essa intenção, até hoje, não se realizou, mas os Biathlons entraram no planejamento de 2006, aproveitando o fato de estar treinado em natação e ter um pouco mais de tempo disponível para fazer treinos em 3 modalidades diferentes (corrida, natação e musculação).

A estréia em Biathlons não foi exatamente boa. Fui cru para a prova, já que nunca tinha feito treino de transição, nunca tinha nadado no mar. Tinha os treinos separados de natação em piscina e de corrida, mas jamais os dois juntos.

Embora soubesse das necessidades técnicas do mar, não sabia que teria tanta dificuldade. Não só pelas marolas, pelo ritmo constante, mas, principalmente, pela falta de referência visual, pela falta de orientação espacial, agravada pela miopia e astigmatismo monstro. Como nadar em direção à bóia se você não enxerga a porra da bóia? O mar nem estava ruim, pelo contrário, tava lisinho lisinho, mas era bem complicado saber em que direção seguir. Tomei remada dos caiaques que me mandaram para a direção certa, fiquei preso embaixo da bóia, sofri pra cacete para fazer a segunda perna da natação e na hora de correr, minhas pernas pareciam gelatina.

Foram 28min32s em 1k de natação (horrível!) e 32min08s nos 06k de corrida (menos pior). 01h00m40s. Muito pra melhorar...