Um dos problemas de fazer uma prova maluca, do nada, é que você não pode deixar a maluquice alterar muito o seu ciclo de treinamento. Fazer a maratona de SP e se estropiar todo significa que no próximo treino de tiro, você vai fazer tiro. E que no final de semana que vem, ao invés de rodar relaxando, você vai ter que arranjar um jeito de fazer o longão, mesmo cansado.
Longão no sábado de feriado, então... aiaiaiai, preguiça da porra! Mas fomos e encontramos uma USP dos anos 90: pouca gente, tranquila, sem disputa de espaço entre bikes, veículos e ônibus, sem balada terminando e garrafas de bebida espalhadas no chão, enfim, tava acolhedor. E o clima estava bom, sem frio nem calor. Mesmo o treino prometia cansaço, já que eram 3h15 de rodagem prevista, e a maior parte na região dos desníveis: biologia, química, física... me senti no colegial, me preparando pro vestibular. "Não saco nada de física, literatura ou gramática, só gosto de educação sexual, e eu odeio química, química..."
Eu até saí ousado, correndo com Edith, Grazi, as meninas superpoderosas da Trilopez. O Marcel, efetivamente regenerando, foi junto com a gente. Mas na primeira biologia já tava poupando o máximo que dava, deixando as meninas irem na frente... depois de algum tempo encontrei alguém à minha altura: o Brunetti. E com ele fiz o resto do treino, num ritmo muuuuito mais adequado para quem tinha feito uma maratona despreparado na semana anterior, contando 25km em 3h00 no meu Mizuno Nirvana Acho que tá bom, né?
Na segunda-feira, retorno à musculação e às inevitáveis dores musculares na terça. E no dia mais frio do ano, correr à noite no Ibirapuera só não foi pior do que correr de manhãzinha. Já corri em lugares frios, mas não sei porque, em SP, embora a temperatura absoluta nem seja tão absurda, a sensação de frio é monstruosa. Mesmo com o broncodilatador, treinei com uma asma desgraçada, uma dificuldade pra respirar infernal. O Gabriel ficou passando tiros sem velocidade, de ritmo, em percursos de 800m, intercalados com educativos. Foram uns 12 tiros, que somados ao aquecimento e desaquecimento, devem ter dado uns 12 km no total.
No final do treino senti uma dor no músculo sóleo, que fica abaixo da batata da perna, um dos músculos da panturrilha (o menos exposto). Achei que ia passar mas não passou. Na quarta o dia foi meio manquitoleante e hoje, quinta, não deu pra treinar. Fiz só o primeiro trecho de 3,5km (Nike Free) e abortei o treino. Tava fácil correr hoje, a dor não é incapacitante, e nem retira a possibilidade de correr, mas e o medo de piorar? Coincidentemente, a última vez que tive dor no sóleo foi justamente depois de um treino em que tive falta de ar pela asma. Será que falta de ar dá dor na perna?
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