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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Maratona da Praia Grande 2025

A meta do primeiro semestre foi adiada algumas vezes. Inicialmente era a Maratona de Marília, que foi cancelada. Depois pensei em fazer a NB 42K de Porto Alegre, mas não consegui me inscrever. Passei para a Maratona do Rio de Janeiro, onde estava efetivamente inscrito, mas como eu não sou dono da minha agenda faz tempo, comecei a perceber uma movimentação em casa em um sentido a inviabilizar minha participação lá.

Aí apareceu a Maratona da Praia Grande, uma semana antes do Rio. Fim de semana comum, sem nada marcado. Dani e Dalton me intimaram um dia na USP. Comendador Caetano prometeu um churrasco pós-prova. Achei duas manifestações bastante pertinentes e mudei o objetivo do semestre.

Primeira edição de uma prova a gente desconfia, mas com um organizador conhecido, o Tony de Sorocaba, apoio da Prefeitura e de seu Secretário de Esportes, o ex-meio de rede da seleção de vôlei Rodrigão, e um trajeto praticamente à prova de erros e planíssimo, a nossa Long Beach prometia uma prova relativamente pequena, mas organizadinha. E de fácil logística, já que é perto de casa (se não houver operação descida).

Retirada do kit foi tranquila e bem simples, mas sem qualquer problema. Para garantir, já que na praia faz mais calor que em SP, a prova largaria às 5h00, então achei mais fácil alugar um lugarzinho pra dormir por lá, ao invés de descer no dia da prova. E achei um a 200m da largada, simples, limpinho e bem ok.


No dia da prova, tudo tranquilo também, largada da meia e da maratona juntas, saindo de Nova Mirim em direção ao Canto do Forte. Não era muita gente, avenida larga naquele local proporcionou uma boa fluidez e saí num ritmo prevendo mais ou menos um 3h50. Nessa toada passei o Sérgio, a Dani e o Dalton no km 2 e logo a seguir passei o Nilson. Achei que dessa vez ia dar sub-Sérgio e sub-Nilson!

Perto do retorno estreitava um pouco, mas nada que atrapalhasse muito. As placas de marcação de quilometragem estavam um pouco estranhas, não estavam batendo muito com o GPS, mas depois percebi que elas estavam em lugares meio errados, talvez para ficarem em lugares mais fáceis de serem fixadas, especialmente porque tinha um ventinho leste-oeste.

Só passando pela região da largada percebi que as pernas de ida e volta não eram exatas e que quem tinha que fazer a meia, teria que passar pela região do pórtico e depois fazer um retorno. Para nós da maratona isso não fazia diferença, mas pode ter dado uma certa tristeza para os meio-maratonistas que talvez estivessem achando que estava chegando...

E nesse retorno e separação do pessoal da meia é que passamos a viver efetivamente a solidão da maratona. O espaço entre os corredores ficou grande, começou a amanhecer e percebemos que o apoio do público, da Mirim até Solemar seria basicamente nenhum. Tudo bem, achar que teria uma galera nas ruas da Praia Grande às 7 da manhã seria algo bem utópico. O problema é que aquele maldito retão, agora bem visível, não acaba. E o vento leste-oeste não tava sendo perceptível na ajuda, mas parecia estar travando um pouco os corredores mais rápidos que voltavam. E os quilômetros foram passando, as pernas começaram a pesar um pouco e o ritmo de 5m20, 5m25/km começou a subir um pouco. Mentalmente pensei em correr pelos bpms até o km32 e a partir daí tava liberado.

Retorno no km 30,5 e a partir daí percebi que o ventinho era chato mesmo. Às vezes vinham umas rajadas fortes que atrapalhavam mesmo, depois diminuía. Algumas placas de quilometragem no chão indicavam essa realidade. E as pernas cansando... fui tocando do jeito que dava, esquecendo bpm mas tendo dificuldade de manter ritmo e passando pro plano B, que era uma maratona a 3h55. Isso tava tranquilo ali no km 32, 33, era só manter a 6min/km, o que estava fácil por enquanto.

O problema é que lá pelo km 35 senti a contração na panturrilha direita. Consegui controlar e não entrar em cãimbra, mas deu aquela apertadinha prévia. Alonga um pouco, segura um pouco o ritmo e vai. E volta ao normal, mas um pouco pra frente sente de novo. E foi nesse segura-controla que passei a tocar o final da prova e a mudança pro plano C, que era apenas o sub-Sérgio (3h57). O sub-Nilson já era, porque o homem que parecia todo torto no início da prova, já tinha me passado com folga no km 36, naquele passinho curto e giro rápido...

Logo a seguir teve a junção do pessoal dos 10km. Pegamos uma galera rápida e tentei usá-los como coelho e motivação, já que os últimos km tinham sido muito solitários. Mas no km 40 as contrações  já rolavam a cada passada e eu controlando para não cãimbrar mesmo, porque se aperta, acho que ferraria tudo. Parei, alonguei, estiquei voltei... cheguei no km 41 basicamente dando a passada com a perna esquerda e só puxando a direita. Ali, perto da chegada, já tinha uma baita galera torcendo, o pessoal dos 10km, o pessoal dos 5km, uma mistureira só e eu mancando e tentando chegar em 3h56.

Não deu. 3h57 e alguns segundos. Eu me embananei para destravar o relógio e fechar o tempo e deu 3h57m30s, mas foi um pouco menos. Mas qual seria o tempo do Sérgio para dar um sub-Sérgio?

Depois da prova, a resenha, os sorvetes, água, medalha bonitinha, chope e o Sérgio me diz que o tempo dele foi 3h57m27s. Putz, quantos segundos eu tinha perdido ao me embananar para parar o relógio???




A resposta só veio depois, em casa, após eu ter saboreado o churrasco do Comendador Caetano... 3h57m25s, exatamente 2 segundos a menos que as 3h57m25s do Sérgio. Assim, com cãibra e tudo, deu sub-Sérgio. E uma maratona abaixo de 4 horas, o que eu não fazia desde 2023. Antigamente era mais tranquila, atualmente... mas saiu!!



E se essas quase cãimbras me atrapalharam na prova, também evitaram que eu desse tudo do sistema no final da prova, o que significa que o pós-prova foi bem mais tranquilo que imaginava. Sim, dores musculares naturais de quem correu bastante, mas tô menos dolorido do que em muitos longões feitos ao longo desses anos todos!

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