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sábado, 20 de março de 2010

Ainda um panda

Continuo com a disposição e a desenvoltura de um panda pra correr. O longão de 32k, hoje, foi entremeado por idas ao banheiro, ritmo lento e, no final, caminhadas sofríveis.

Eram 4 voltas de 08km. A primeira ia bem, em ritmo lento mas controlado (6min/km, com bpm abaixo de 140) até a descida pro zerinho, quando comecei a sentir um borbulho no meu sistema entérico. Achei que fosse algo administrável, mas a situação ficou preta, quase marrom, rapidamente. Tive que andar para segurar as contrações e cólicas. Cheguei na tenda da Trilopez, peguei o carro e dirigi que nem um louco até o primeiro banheiro que encontrei, pensando que se não encontrasse, pelo menos tinha papel higiênico no carro e poderia tentar achar um matinho menos povoado na USP. Mas não foi necessário fazer uso da natureza.

Voltei, depois dessa pausa de uns 25 minutos, e recomecei. As duas voltas seguintes foram controladas e lentas, do jeito que eu queria. Na minha cabeça, quanto mais tempo correndo melhor, porque garantiria o volume e ainda submeteria o corpo a um esforço prolongado, ainda que mais leve. O problema é que mais uma vez os termômetros marcavam 31ºC e eu tava tostando nas alamedas da USP. A última volta começou devagar, com a contribuição do meu problema entérico que, se não atrapalhou mais, me fez me sentir fraqueza. Quando terminei a raia, o ritmo tava despencando e eu começava a correr como a Gabriele Andersen-Scheiss. Passei a andar nos trechos de sol e trotar na sombra. Tava horrível, mas eu ia acabar essa porra de treino nem que tivesse que mudar meu nome para Gabrielle.

Terminei. Continuo me chamando Nishi. Mas um Nishi em estado lastimável. Eu tava tão acabado que quando cheguei na tenda da Trilopez, tava tendo alucinações, vendo um tabuleiro de xadrez e o Daniel,  nosso técnico especialista em triathlon e ciclismo, desafiando a galera para um match ou um (xeque)mate.Se bem que, pensando bem, acho que realmente havia um tabuleiro de xadrez lá... bom, sei lá, acho que ainda tô meio zonzo.

As pernas doem de cansado, tenho cãimbras em momentos inesperados nas costas, um horror.  Perdi absurdos 4 kg nessa brincadeira (de manhã pesava 71,5kg; quando cheguei em casa, tava com 66,7kg) .Mas dessa vez não deu bolha no pé... fui de Mizuno Nirvana e vou de Mizuno Nirvana para Santiago. O Mizuno é um pouco mais rígido que os Nikes, mas tem segurado bem a onda. Ainda não me senti 100% com ele, mas é o tênis que eu usei pra fazer meu melhor tempo, em Amsterdã. E amanhã tem Abertura Corpore e acho que vai dar pra participar. Por ora, mais 32km para a conta


2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, ontem eu tb tive uma pane por causa de problemas intestinais. Como já estava muito tarde, o que era pra ser longão, virou um treino de 10km somente.

Será que isso é genético de japa???

Bom treino. Tá sentindo que a preparação tá boa pra Santiago?

Abs,
Shigueo

Ricardo Nishizaki disse...

Cara, se for genético, a Maratona de Tokyo deve ser uma das mais bem-providas de banheiros químicos do mundo!

A preparação tá uma merda... mas tudo bem, melhor ter alguma preparação do que nenhuma e eu não tenho nenhuma pretensão nessa prova além de terminar.