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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ultramaratona 24hs Campinas - Revezamento

Pois é, esse seria um ano de descanso. Ano passado puxei muito, então neste eu recarregaria as baterias. É exatamente por isso que eu fui pra Campinas para a segunda ultra do ano e a quarta corrida longa... belo descanso!

A idéia foi do Diego. Mas o fominha só avisou a gente em cima da hora e inscrição solo, só pra ele. Pra gente sobrou dois quartetos, ou seja oito loucos em graus diversificados de insanidade. Paulinho Lacerda, Alaelson, Alê e Edith formariam o quarteto forte, pra brigar por posições. Eu, Fred, Jeane e o Guedes viríamos mais na diversão, sem responsabilidade, até mesmo porque até a última hora a gente não sabia se o Guedes iria mesmo. Machucado, sem treinar há um mês, com canelite, acho que não seria exatamente recomendável uma volta numa ultra. Mas o Diego o convenceu, num ritmo mais lento, caminhando, sem forçar.

Bom, a prova foi no Parque Taquaral, e a gente montou as barracas meio longe da pista, um ponto bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por ficar mais longe da muvuca, ter mais tranquilidade nas horas de sono, etc. Ruim porque ficaria longe para buscar coisas, etc. E por isso acabamos montando uma "base avançada" consistente na minha barraquinha, à beira da pista, onde pudemos colocar alguns mantimentos e cadeiras. Na base principal ficaram as coisas e a Tati, fazendo apoio fisioterápico para nós e para a Top Notch. A Hayla ficou com o Branca.
O cafofo avançado e o Guedes em posição de alerta
Sergio Xavier da Runner´s World estava lá para cobrir a prova, a convite do também gremista Jaiminho Rocha, um dos favoritos. Algumas equipes de filmagem, vários fotógrafos... uma boa cobertura da mídia para uma prova com altíssimo nível: Márcio Villar, da Guia, Paulo Fonseca, Farinazzo, Jaiminho, Vanderlei, Ivan Espírito Santo, Adão, Ligeirinho, Agnaldo, Roberto Tadao, Daniel Meyer, só fera! Isso pra não falar em gente como o Branca, o Jorge Cerqueira, Nilton Kuriyama, Roberto Gon, Alberto Peixoto, etc...

O circuito de 2.725m contorna o lago do Taquaral, em um piso de terra batida, com algumas pedrinhas em alguns pontos e predominantemente plano. As subidas e descidas existentes eram super discretas, muito embora se tornassem verdadeiros Everests com o passar das horas. Mas o principal desafio era o sol e o calor... o termômetro que ficava na frente da largada chegou a bater 43º!!! Lógico que essa temperatura não era real, mas a sensação térmica... pelo menos o percurso tinha muita sombra, mas o calor pegou feio.

Larguei pela minha equipe e nessa condição de revezante tive a oportunidade única de ultrapassar praticamente todos os grandes ultramaratonistas presentes no solo. Só os outros caras mais rápidos do revezamento estavam na minha frente. Nossa idéia era que eu e o Fred fizéssemos 3 voltas sob o sol. A Jeane faria duas e o Guedes, uma só. Na outra Trilopez o Paulinho Lacerda e o Alaelson disparariam com 3 voltas e Edith e Alê com 2. Essas estratégias se alterariam durante a prova, de acordo com o sol se pondo e as condições físicas de cada um.

A Trilopez top logo passou à frente, disputando com a equipe mais forte da D-Run, que contava com uns corredores impressionantes. Destaque para a Cintya, passava fazendo vento! Outra corredora impressionante era a Fernanda, fazendo solo, mas aí o motivo era outro... a coitada torceu o tornozelo e não faltou marmanjo querendo ajudar...

Eu fiz duas primeiras séries um pouco mais fortes (8,1k em 44, 45 min) e acabei me sentindo meio mal com o calor. Nas outras, o meu ritmo caiu, assim como dos colegas. O calor era inclemente e muita gente quebrou por isso. Mas quando a noite caiu eu me senti melhor. A musculatura já tava meia-boca, mas a sensação física era bem melhor. Naquele momento a gente já estava estabilizado na 11ª posição e ali ficaríamos o resto da prova. Na tenda, a Tati parecia ter feito o dobro de nossa quilometragem, de tanta massagem que já tinha feito. E eu resolvi experimentar a massagem da organização, não só por dó da Tati,  mas também para saber se era de boa qualidade. E era!! Muito boa!!
Relaxando na massagem...
Aliás, sobre a organização, não faltaram boas intenções. O sistema de e-mails e mensagens para os atletas pela internet não funcionou. Algumas pessoas reclamaram da falta de hidratação do outro lado do parque após cair a noite, mas eu sinceramente não senti falta, a volta de 2,724km não era tão grande assim a ponto de ser absurda a distância a se percorrer para ter água. Não faltou gatorade, mas faltou Pepsi. Eu não percebi, mas parece que era Pepsi light, o que é absolutamente equivocado, se considerarmos que um dos grandes benefícios do refrigerante é o açúcar disponível imediatamente. A comida estava boa, mas em porções pequenas: macarrão instantâneo Cup Noodles, purê de batata, lanches, café, chocolate quente, gatorade... e o santo picolé que me salvou vááááárias vezes!!!!!! E eu ainda comi minhas próprias comidinhas, batata frita e o super energético do Timão!

Hayla rambém è da Fiel!!
Em compensação os banheiros mereceriam uma limpeza mais constante. O parque não foi, obviamente, fechado para a prova, então havia o acúmulo de uso dos visitantes do parque e dos atletas. Os banheiros químicos destacados para os atletas não estavvam em melhores condições. O banho era frio, o que não foi tão ruim para um dia tão quente. No entanto, ao cair a noite, a temperatura baixou para 18º e eu cheguei a passar frio nos momentos em que esperava para correr.

Eu dormi, no máximo, 20 minutos. 10 deitado no banco do parque, como mendigo. Outros 10 dormindo no chão, do lado da barraca... e quando o sol raiou, ainda faltando 4 horas para o final da prova, o ritmo acelerou. Ali, já dava pra ver que a corrida tinha ficado entre o Jaiminho, o Ivan e o Vanderson. Adão e Tadao ainda vinham forte, mas tiveram que diminuir no final. Nos quartetos, a Trilopez não conseguiu segurar o ritmo da Cintya e do baixinho que corria pra diabo e ficou em segundo, administrando a aproximação da equipe Cuca.
O pior de tudo é que eu não consegui dormir aí!
E eu que abri a prova pra equipe, também a fechei, com 25 voltas, ou seja, cerca de 68km. A Trilopez A abiscoitou o 2º posto mesmo e o Ivan levou a prova no solo (215k), com o Jaiminho em segundo (207k), totalmente zumbi. O Diego cumpriu a meta de superar o resultado do RJ e fez 142km, levando pódio na categoria (2º, nos 35 a 39 anos)A surpresa foi ver que o Vanderlei, bicampeão das 24 hs do RJ, fez menos de 100km, assim como o Paulo Fonseca, vencedor de Bertioga-Maresias. Farinazzo, campeão da Badwater também ficou bem para trás. Márcio Villar e Agnaldo estavam lá para apoiar seus atletas e também não registraram grandes marcas.

Alaélson, Edith e eu. Amanheceu e a alegria voltou!

Entre as mulheres, Maria Cláudia, conhecidíssima em provas mais curtas, detonou e venceu a disputa com a Jaque Terto e a Naoko. A Carla, da equipe do Marcio Villar veio em 4º e a impressionante Maria Bernardino em 5º.

A prova foi muito legal. O Guedes se superou, correu boa parte do tempo. A maluca da Jeane tava na 23ª hora rodando sua volta mais forte. O Fred segurou o rojão de rodar mais junto comigo. E eu terminei bem. Após o 30º km tive uma dor chatíssima no joelho e tive que fazer os outros 38 kms meio no sacrifício, mas alguns remedinhos e os descansos me permitiram terminar inteiro. Tanto que as dores musculares pós-provas foram infinitamente menores do que esparava. Mais importante que o 11º lugar ou rodar 68km em cerca de 7 horas (30k de Saucony Glide, 38 de Nike Structure Triax), numa média de praticamente 6min/km, foi a convivência com os colegas, foi a curtição da prova.

Duro é convencer a Alessandra de que a corrida é legal...

Um comentário:

Jorge Cerqueira disse...

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É meu amigo Nishi, sofremos nesse calor absurdo, mas nós fizemos bem o dever de casa, foi bom te rever cara, obrigado pelo apoio nas horas que passava por ti e vc falavara comigo e olha que eu quase desistir de correr por volta das 21 horas eu estava com muita ansia de vomitar e não saia nada e o amig Gustavo me salvou me doando um PEDIALITE cara depois que eu tomei todo o frasco eu fiquei bom de uma hora para outra se não fosse o amigo Gustavo e o amigo Vieira que me deu uma também uma soda eu não teria voltado para a prova, mas no final valeu a pena...Parabéns a vc e sua equipe meu amigo.

Bons treinos e Bom final de semana,

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com