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segunda-feira, 29 de março de 2010

Morreu a poesia do futebol

Morreu a poesia do futebol. Não a poesia no futebol, como tantos craques fizeram, mas a poesia do futebol, o homem que enxergava versos em dribles e os escrevia em linhas tão finas como uma matada de bola do Zidane e ao mesmo tempo tão tortuosamente diretas, como os dribles de Garrincha.

Morreu Armando Nogueira. A última testemunha ocular da história do futebol. O homem que enxergava  mais do que Nélson Rodrigues via, apesar de sua imensa miopia. O jornalista que jogava no mesmo time do Saldanha mesmo sendo o seu oposto estilístico. O poeta que escrevia em prosa, que tornou o jornalista esportivo um escritor, que transformou o cronista, que mudou a vida esportiva do Brasil sem nunca entrar em campo.

Armando transformava um lenço de papel em um latifúndio de poesia sobre futebol.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente foi uma perda...

Eu achava que ele floreava demais às vezes, mas comparando com os atuais comentaristas, não tem mais ninguém que pode dar esse toque romântico à arte do futebol.

Às vezes só qdo perdemos algo é que damos valor.

Que descanse em paz.