Sou novo, 35 anos, mas vi muitos craques jogando bola. Porém gênios, só seis: Zico, Sócrates, Maradona, Zidane, Romário e, agora, Ronaldo. Porque só me atrevo chamar de gênio quem já encerrou a carreira, quem já escreveu sua história. E o Fenômeno acaba de se transformar em gênio, se retirando do futebol. Não foram tantos gols como Pelé, Romário, ou mesmo Tulio, Dadá Maravilha. Mas a média é alta , a maior parte deles foram feitos em campeonatos de nível alto ou altíssimo e, mais importante que isso, é como foram feitos e em que momentos foram feitos esses gols.
Chegou a hora. Já tinha chegado em 2010. O Fenômeno não tinha nenhuma condição física. Mas a habilidade dele era tanta que mesmo assim era capaz de entrar em campo e preocupar os adversários. Imóvel, parecendo um jogador de pebolim, sempre atraía dois zagueiros. Afinal, ele também já não era mais "o" Fenômeno em 2009, já estava gordinho, e mesmo assim deu dois títulos pro Corinthians. E em alguns momentos, os lampejos de gênio ainda apareciam, numa letra, num toque rápido, num corte, num corta-luz pro Elias... mas cada vez mais raros, cada vez mais esparsos. Ronaldo entrava em campo cansado do aquecimento. O esgotamento físico de simplesmente estar em campo era evidente. Corria menos do que o tiozinho do churrasco.
Dizem que o melhor é sair no auge. O Fenômeno conseguiu isso. Não foi no auge do seu futebol, mas saiu no Corinthians. Lá sentiu o amor e o ódio da paixão corinthiana. E isso é Corinthians. Não há meio termo. O ódio, na verdade é frustração, e o amor é paixão que nunca se esvai. Ronaldo não seria completo como jogador se não tivesse provado esses dois lados da mesma moeda.
Ronaldo sai dos campos para ser História. Aliás, essa é a diferença dos craques para os gênios. Craques ajudam a escrever a História, gênios são a própria História.
Um comentário:
também compartilho sua admiração pelo craque que foi Ronaldo. Além de tudo, uma ótima pessoa.
abraço,
Sérgio
corredorfeliz.blogspot.com
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