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domingo, 17 de abril de 2011

Corrida da Ponte 2011

Pois é. Uma semana de molho. Depois de uma boa semana que foi a semana passada, quedei-me com uma sinusite braba, feia mesmo. Para não dizer que não fiz nada, tentei um treino na quinta, mas foi triste: 3km em 18 minutos e o resto do treino abortado por completa falta de condições. Na sexta á noite, ao menos, senti que começava a melhorar, mas mesmo assim ainda longe do ideal. No sábado viajei para o Rio sem saber se ia dar ou não, mas apesar da inflamação nos sinos continuar pegando e apesar de acordar com uns acessos de tosse no meio da madrugada, já me senti fisicamente melhor. Não estava bem, mas estava melhor.


Na retirada do kit, uma dose de ânimo, ao encontrar tanta gente conhecida. Marcelo Jacoto, Baleias de BH, Jorge Cerqueira... também consegui combinar com o Capitão Rodrigo Frotinha e fomos juntos até a largada, pegando as barcas pra Niterói onde supostamente encontraríamos o Felipe Carino e o Ruy. Supostamente porque eu não encontrei, mas ao menos achamos a Yeda e o Zizi. Mas numa saidinha pra ir ao banheiro antes da largada, já me perdi de todo mundo de novo. Por um golpe de sorte achei o Zizi e largamos juntos, num sol de doer já às 08h00...

Frotinha sorrindo antes da largada. Não sei se o sorriso era o mesmo depois do final da prova...
Acompanhei o Renato (Zizi) por 1,5km e aí deixei ele ir. Para mim estava meio forte, não tinha a menor convicção sobre minhas reais condições físicas então segui num conservadoríssimo ritmo de 5min35/km. Fui bem assim durante toda a subida até o vão central. O Garmin marcou 80m de elevação, mas sei que essa a maior imprecisão do GPS. De qualquer modo, foi uma subida constante, sem muita inclinação, mas que dava um certo medinho porque você a via de longe, uma linha retona subindo no horizonte, sem fim... e uma montoeira de gente tostando embaixo do sol. Perto do final da subida eu voltei a alcançar o Zizi e já percebi que a prova ia ser dura pra ele, tava sofrendo o coitado. Ele e muita gente sentiam o sol ardido.

Renato Izidoro - Zizi

Naquele ritmo eu andava bem. E assim foi durante toda a ponte. A descida do vão central foi ótima, inclusive. Quando a ponte propriamente dita terminou e virou o elevado da Perimetral, contornando o cais é que começaram os problemas para mim. Eu não estava exatamente sentindo o calor, mas comecei a sofrer de cólicas intestinais. Acelerava bpm, apareciam as cólicas. Depois de um certo tempo, desapareciam, mas aquilo foi me minando e tirando as forças, psicológicas inclusive, por conta da minha sinusite. Será que era o meu corpo dizendo pare? Será que eu vou terminar? Mas tirando as cólicas, me sentia muito bem, com um pouco de limitação orgânica mesmo, fraqueze por causa da sinusite. Administraria com facilidade esse ritmo até o final, mas as cólicas vinham e iam. E eu acelerava e freava, de acordo com as dores e a vontade de abaixar a bermuda ali na frente de todo mundo mesmo e me aliviar... acho que muita gente gostou que eu não tenha feito isso.


Após uma trégua boa desde o 17º km, as cólicas vieram forte no 19º km. Ouso dizer que ali eu estava quase cagando e andando. Trotei, mais impulsionado pela vontade de chegar a um banheiro do que outra coisa. Depois do viaduto do Santos Dumont elas diminuíram, faltavam menos de 500 metros, mas eu nem arrisquei sprintar pra elas voltarem. Fui no trote, sem provocar o meu intestino. Cheguei com 2h08, um tempo ruim, mas interessante porque eu simplesmente não estava cansado. 

O grande momento da prova, após a chegada!!!
Durante a prova, talvez concentrado em meus problemas intestinos, não percebi algumas coisas da prova. Muita gente reclamou de falta de água no 12ºkm, onde só tinha isotônico, ou seja, não dava pra jogar na cabeça, e no 15º km, onde foi feita a distribuição de gel. Pelo que me lembre, tinha água logo depois, mas o pessoal reclamou... sei lá. Só sei que não senti falta de nada. E  a chegada, outro problema: os ônibus guarda-volumes simplesmente não chegavam. Só chegaram 2h30 depois da largada, acho que por causa do óbvio e previsível tráfego na ponte. 

Bom, o sol e o calor eu já esperava, sabia que iriam ser duros. E foram mesmo, mas lidei bem com isso, até porque corri num ritmo abaixo do limite, então o radiador não ferveu, não deu overheating. Mas acho que muita gente superaqueceu, tava quente mesmo. O que eu sei é que se não fossem as malditas cólicas, terminaria tranquilo abaixo de 02h00. Não seria prova pra baixar tempo de meia-maratona (até porque não é meia), mas se eu estivesse inteiro, talvez até desse pra brincar bem perto de 1h50. Só que de "se" a vida está cheia. O que eu sei é que fechei com 2h08 2h06m55s (tempo líquido oficial, 5min55s/km), inteiro, e depois de visitar o caminhãozinho da foto acima, diria que nem parece que eu corri hoje...

Portanto, mais 21,4km pra contabilidade. De Mizuno Nirvana, que só teve o problema de ser preto (esquentou bem...)

6 comentários:

Ro e Fla disse...

Valeu, Nishi! O sorriso estava mais cansado, mas o prazer de ter conseguido completar superar o sacrifício...

Alessandro S Silva disse...

Nishi, parece que o mais legal da prova foi ter encontrado tantos amigos. Eu também gostaria de ter participado, mas nesse ano não deu.

Parabéns!!

Boas Corridas!!

Alessandro
http://blog42195.blogspot.com/

Daniel disse...

Fala Nishi, tudo bem?

Parabéns por mais essa prova. Também estive por lá, o calor realmente incomodou. Fiz em 1h44, fiz uma corrida burocrática, não quis arriscar, pois se tratava de um percurso "novo", em que a última referência que tínhamos era da década de 80. De qualquer forma, entramos para a história!

Até a próxima!!!!

Yeda disse...

Nishi, piriri na prova é ruim hein!? Já passei por isso em treino, mas nunca numa prova, ainda mais no calor que foi. Parabéns por ter ido até o final. Encontrei o Frotinha depois da prova e seu sorriso permaneceu o mesmo, sempre muito simpático.

BALEIAS disse...

Olá Nishi. Foi uma satisfação encontrá-lo lá no kit. Pena que tudo tão rápido, igual a Santiago 2010, quando também o cumprimento foi por segundos na entrada da concentração da maratona. A prova foi, talvez, a mais quente que já experimentei, mas é incrível passar por ali. Voltarei o ano que vem para aproveitar mais. Grande abraço. Miguel Delgado.

Antonio C R Colucci disse...

Nishi,
Parabéns pela superação, afinal não tinha pra onde sair mesmo, só ir em frente até achar o caminhão que foi um dos destaques da prova.
Abraço
Colucci
@antoniocolucci